Publicado Sábado, 09 de Novembro de 2019 às 13:11, por: CdB
Lula também afirmou que os brasileiros não podem aceitar um governo que defende “as milícias”, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), envolvido na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
Por Redação - de São Bernardo do Campo, SP
Em discurso para a multidão que se formou em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), visivelmente emocionado, acusou a Rede Globo de Televisão de colaborar com o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT) e promoveu o discurso “mentiroso” do ex-juiz Sérgio Moro, que resultou na sua prisão por mais de 500 dias, encerrada no fim da tarde desta sexta-feira.
Milhares de partidários do presidente Lula se aglomeravam em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos
Lula também afirmou que os brasileiros não podem aceitar um governo que defende “as milícias”, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), envolvido na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e seu motorista, Anderson Gomes. O líder petista também exortou aos brasileiros que não se submetam à perda de direitos.
A libertação de Lula, considerado um preso político por líderes internacionais, foi comemorada também na capital portenha. Em Buenos Aires, a Cúpula do Grupo de Puebla, que reúne líderes de partidos de esquerda da América Latina, começou na manhã deste sábado e contou com a exibição de um vídeo gravado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, libertado da prisão após 580 dias.
Repercussão
Em sua mensagem, o líder petista afirmou que "tem o objetivo de construir uma grande América Latina" e está ansioso para lutar e trabalhar com progressistas.
Lula, que foi libertado após o Supremo Tribunal Federal (STF) barrar a prisão em segunda instância, fez um apelo pela unidade e utilizou uma metáfora sobre futebol:
— Não discutiremos se Pelé é melhor que Maradona porque Pelé é Pelé e Maradona é Maradona. Tenho na vida um objetivo de construir uma integração latino-americana muito forte para conseguir uma vida melhor para o povo — enfatizou.
Na Europa
O líder petista aproveitou a gravação para parabenizar os recém-eleitos na Argentina, Alberto Fernández e Cristina Kirchner como presidente e vice, e ressaltou que sensação foi a mesma se ele tivesse saído vitorioso de uma eleição.
— Finalmente estou livre. Sei que Fernández pode ajudar ao povo pobre da Argentina e me solidarizo com Evo Morales, que está sofrendo uma canalhice na Bolívia — afirmou.
Na Europa, o ex-primeiro-ministro da Itália Paolo Gentiloni celebrou nesta sexta-feira a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava detido desde abril de 2018 na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba.
"Lula de volta à liberdade. Um grande presidente que lutou contra a pobreza e pela redenção do povo brasileiro", escreveu o social-democrata em sua conta no Twitter. Já o secretário do Partido Democrático (PD), Nicola Zingaretti, também comemorou a "bela notícia" e ressaltou que Lula "é um grande presidente, símbolo de um Brasil mais justo e mais forte”.