“A única coisa que ajuda são as reservas internacionais, deixadas por Lula, que Bolsonaro queima”, escreveu a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). “O governo já queimou cerca de US$ 42 bilhões das reservas deixadas por Lula e Dilma. Só hoje, o BC vendeu mais US$ 3 bilhões”, completou Lula, no Twitter.
Por Redação – de São Paulo
O ex-presidente Lula foi às redes sociais para apontar o estrago causado no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, na área cambial. O líder popular apontou que o governo atual já queimou US$ 42 bilhões das reservas acumuladas por ele e por Dilma Rousseff em seus governos.

“A única coisa que ajuda são as reservas internacionais, deixadas por Lula, que Bolsonaro queima”, escreveu a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). “O governo já queimou cerca de US$ 42 bilhões das reservas deixadas por Lula e Dilma. Só hoje, o BC vendeu mais US$ 3 bilhões”, completou Lula, no Twitter.
Nesta terça-feira, Banco Central (BC) realizou mais um leilão de dólares à vista, referenciado à Ptax, em uma operação que pune, severamente, as reservas internacionais do governo. A operação foi realizada entre 9h10 e 9h15, com a oferta de até US$ 2 bilhões.
Êxodo
Na véspera, o BC vendeu US$ 3 bilhões em leilão à vista referenciado à Ptax, pela manhã, em operação semelhante. À tarde, a autoridade monetária realizou mais uma oferta à vista, com a venda de US$ 465 milhões. O dólar comercial fechou em alta de 1,97%, no final do último pregão, a R$ 4,7251 na compra e a R$ 4,7256 na venda.
Nesta manhã, o mercado acionário brasileiro tentava se recompor do dia de pânico vivido no pregão da véspera, marcado mais uma vez pelo nervosismo com o avanço do novo coronavírus pelo mundo e, agora, pelo Brasil. Segundo dados recentes da B3, os investidores estrangeiros tem reagido mal à conjuntura política brasileira e a fuga de capitais supera os R$ 45 bilhões. O número supera o saldo negativo recorde de todo o ano de 2019, que foi de R$ 44,517 bilhões.
O desempenho fraco do Ibovespa ocorre em meio a um mau humor do estrangeiro com o mercado brasileiro. Além de as reformas estarem estacionadas, o clima político constantemente tenso é apontado como um dos motivos para afugentar o capital externo. Em comparação, a perda do Ibovespa é superior a do índice S&P 500 – o mais amplo de Nova York –, que recuou 8% em 2020. O índice MSCI para mercados emergentes caiu 10,50% desde o início do ano.
— Quando o presidente da República convoca para manifestações que indicam um endurecimento do regime e chama um palhaço para responder aos jornalistas, em uma situação grave como a que vivemos, parece irreal. Mas isso aconteceu e em um momento em que – basta olhar para o câmbio – temos sofrido mais do que outros emergentes — afirmou uma fonte do mercado de capitais.
Estabilidade
Ainda segundo o operador, os investidores estrangeiros “continuam saindo”.
— O que temos agora é um momento de apreensão, com perdas muito espalhadas. Apenas alguns setores, como o de energia elétrica, defensivo, e parte do de saúde, como o de diagnósticos, estão conseguindo contribuir de alguma forma — adicionou Gabriel Machado, analista da Necton, a jornalistas, em complemento aos comentários da fonte.
Sobre a questão do petróleo, que acendeu o pavio da crise, em curso, a consultoria britânica Wood Mackenzie destaca o risco criado pela possibilidade de que, a partir do fim de março, não exista mais nenhum acordo da Opep e seus aliados. Este acerto tem garantido alguma estabilidade nos preços desde o fim de 2016.
“O coronavírus, com seu impacto nas economias e nos mercados, apresenta um risco desconhecido e sem precedentes. As previsões econômicas são cercadas por ainda mais incerteza do que o normal”, destacou, em relatório, o banco holandês ING.