Lula destaca urgência para abordar a questão trabalhista

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Publicado Segunda, 04 de Abril de 2022 às 11:54, por: CdB

Segundo o líder popular, “essa é uma eleição que a gente vai ter que fazer mais do que a gente fez em outras eleições. A gente vai ter que colocar no papel o que a gente quer e ensinar a sociedade a cobrar dos deputados as coisas”.

Por Redação - de São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontrou-se, na manhã desta segunda-feira, com a diretoria da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para receber as propostas dos trabalhadores. Em discurso, o petista destacou a importância de mudar a correlação de forças no Congresso por meio da eleição de 2022, elegendo deputados, deputadas, senadores e senadoras de esquerda e alinhadas aos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras.
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Lula, aos trabalhadores, disse que o país precisa se livrar o 'psicopata' que ocupa o Palácio do Planalto
— Qualquer coisa que a gente quiser fazer vai ter que passar pelo Congresso, e vocês sabem que a eleição de deputados e deputadas e senadores e senadoras passa a ter muita importância nesse país. Se a gente não mudar o Congresso, é muito difícil imaginar que vamos fazer as reformas que precisamos fazer. Ou melhor, a contrarreforma que precisamos fazer. Não adianta chorar. Se a gente não tiver números a gente não faz — afirmou Lula. Segundo o líder popular, “essa é uma eleição que a gente vai ter que fazer mais do que a gente fez em outras eleições. A gente vai ter que colocar no papel o que a gente quer e ensinar a sociedade a cobrar dos deputados as coisas”. — Daqui para a frente a gente vai ter que mudar o jeito de fazer pressão no Congresso. Fazer ato público na frente do Congresso não move uma pestana de um deputado. Quando a gente está dentro do plenário a gente não sabe se está chovendo, se está caindo canivete. Você só vai saber dos atos quando chega em casa e liga a televisão. A gente não aprendeu a fazer pressão na cidade onde as pessoas moram — ressaltou.

Fundo eleitoral

Os deputados, segundo Lula, “têm casa, eles moram em uma cidade, nessa cidade tem sindicalistas. Então se a gente mapeasse o interesse de cada deputado e fossem 50 pessoas na casa do deputado - não é para xingar, é para conversar - incomodar, surte muito mais efeito do que manifestar em Brasília. Vamos ter que conversar mais sério com a sociedade a importância de votar no Legislativo. Temos o pior Congresso da história do Brasil. Nem o Ulysses Guimarães tinha 10% da força que tem o Lira hoje. A gente nunca teve orçamento secreto. Se esse orçamento fosse bom, por que não é público? — questionou. Ainda no discurso aos trabalhadores, Lula enfatizou que fica imaginando “se a gente ganhar as eleições para presidente da República e fizer minoria. O PT era o maior partido no Congresso e tem 56 deputados em 513. A esquerda toda tem cento e poucos. Só o Valdemar da Costa Neto agora tem 78 deputados. Os partidos viraram cooperativas de deputado”. — O que vale é a repartição do fundo eleitoral. O União Brasil só do fundo eleitoral tem quase R$ 800 milhões. O PT também tem muito, R$ 400 e poucos milhões. Temos uma tarefa quase que heróica. Como é que a gente vai trabalhar para não eleger pilantra? Como é que a gente vai fazer para a direita não ter maioria? Temos que fazer algo diferente do que fizemos até agora para que tenhamos um resultado diferente do que tivemos até agora — acrescentou.

Negação

Lula considera natural que o movimento dos trabalhadores esteja acuado, mas é preciso reação. Ele pediu uma mudança na disputa de “narrativas". — Toda vez que a situação econômica está difícil, que a situação politica está difícil, que o desemprego está muito grande, em vez de aumentar a luta dos trabalhadores, diminui. Isso é histórico na vida sindical. E nós vivemos um momento difícil no Brasil. Desde o impeachment da presidente Dilma não aconteceu outra coisa no movimento sindical a não ser derrota. Eles foram desmontando e a nossa capacidade de reação foi muito pequena porque esse movimento dos setores conservadores fizeram para tentar destruir aquilo que a classe trabalhadora brasileira acumulou durante tantos anos foi antecipado por uma narrativa muito forte de negação de quase tudo que era bom para nós. Não vai ser fácil — concluiu.
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