Lula deve promover jantares para apaziguar base no Congresso

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Publicado quinta-feira, 21 de outubro de 2004 as 15:13, por: CdB

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve retomar as conversas com os partidos da base aliada para evitar que a atual insatisfação com o governo comprometa as votações no Congresso.

– Estamos buscando os caminhos que permitam a desobstrução da pauta – disse o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, nesta quinta-feira após se reunir com o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP).

A agenda dos encontros, no entanto, ainda não está definida.

Segundo um líder governista, que pediu para não identificado, o Palácio do Planalto deve discutir nos próximos dias um conjunto de medidas para melhorar a relação com as siglas que apóiam o presidente Lula no Congresso.

São inúmeras as causas do clima de tensão na base governista. Além da motivação eleitoral, que tende a alterar a correlação de forças no Congresso por conta de interesses políticos diversos, existe também a reclamação da falta de atenção aos partidos aliados na discussão dos projetos que tramitam no Parlamento.

Liberação de emendas parlamentares e a aproximação do governo com o PTB são outros fatores que geram insatisfações.

Integrantes do alto escalão do governo reconhecem que é preciso fazer concessões e prestigiar as legendas aliadas para começar a acalmar os ânimos e evitar insurreições.

A rebeldia dos partidos, evidenciada na quarta-feira com a obstrução do PMDB e do PPS, provocou um fraco desempenho de votações na Câmara nesta semana. No caso do PMDB, a dissidência foi motivada pela possibilidade de João Paulo incluir na pauta a emenda que permitiria a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado.

O próprio ministro Aldo Rebelo reconheceu a impossibilidade de aprovar as MPs que estão na fila até a sexta-feira e evitou criar muitas expectativas sobre a agenda de trabalhos marcada para a próxima semana.

– Votamos quatro MPs (na terça-feira) e esperamos que as próximas possam ser votadas, quem sabe, na semana que vem – disse o ministro.

O baixo saldo de medidas aprovadas indica que o governo deve se mexer mais para manter sob controle sua base na Câmara.