Lula, em Moscou, coloca a questão dos subsídios em pauta

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Publicado Sexta, 14 de Julho de 2006 às 09:50, por: CdB

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca em Moscou, neste sábado, para participar como convidado da reunião de cúpula do G 8 (grupo que reúne os sete países mais ricos e a Rússia). Os trabalhos da reunião, em São Petersburgo, prosseguem até a segunda-feira. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, acompanha o presidente.

- Não é possível que os presidentes dos países mais importantes do mundo se reúnam e o assunto mais importante no mundo não seja discutido. É delicado, porque (o presidente russo, Vladimir) Putin não está na OMC. Mas, como eu disse aos outros líderes, não temos problemas em ir a Londres, Berlim, Roma ou Paris, seja aonde for. Mesmo que seja só para uma reunião de duas horas, precisamos tomar uma decisão - disse Lula à imprensa internacional. Lula diz que Doha oferece ao mundo a melhor oportunidade de combater a pobreza, a desigualdade e até o terrorismo.

Maior do mundo

A Rússia é, de longe, a maior economia do mundo fora da OMC, um grupo de 149 nações que estabelece regras fundamentais para o comércio global e investimento. Os EUA têm retido sua aprovação para deixar os russos entrarem na organização, mesmo após outros países terem selado a sociedade. Negociadores dizem que conversas têm sido adiadas por causa de prolongados desacordos sobre tarifas de aeronaves, regulamentos bancários, pirataria de filmes e de música e regras de comércio em assuntos como frango congelado.

Em Washington, o presidente Bush sugeriu que um acordo estava próximo. Ele está agendado a se encontrar, na sexta-feira, com o presidente da Rússia Vladimir Putin para conversas perante líderes de estado e governo, na reunião do Grupo das 8 (G-8) nações mais industrializadas do mundo, realizada este fim de semana em St. Petersburgo. A Rússia será a anfitriã da reunião da cúpula do G-8 pela primeira vez.

- Esperançosamente nós podemos fazer isso. Estou otimista quanto a isso - disse Bush na segunda-feira. Seus comentários foram liberados pela Casa Branca nesta terça-feira à noite. A representante americana de comércio, Susan C. Schwab, foi para Moscou na terça-feira para realizar reuniões antes do fim de semana, outro sinal de que conversas haviam alcançado um estágio avançado.

Caminho livre

Oficiais da administração disseram que a viagem de Schwab foi direcionada para alcançar um acordo e limpar o caminho para um outro acordo de comércio com a Rússia, a ser anunciado bem em tempo para as reuniões de St. Petersburgo. Mas eles também disseram que enquanto negociadores haviam reduzido suas diferenças em varias questões, ainda não havia acordo. Em uma época de tensões com a Rússia em uma variedade de questões, da tomada de posição de Putin sobre disputa até desacordos em política de energia, os negociadores estão trabalhando para alcançar um acordo de comércio bilateral que melhoraria a atmosfera para a visita de Bush e, no geral, para a reunião de cúpula.

Os desacordos de comércio têm sido amargos em meses recentes, com a Rússia cobrando que os EUA têm exigido mais deles sobre propriedades intelectuais e segurança alimentar do que têm aplicado a outros parceiros comerciais. A administração Bush diz que seus padrões são os mesmos para todos os países que querem se unir à OMC.

Oficiais russos sugeriram que iriam conter possíveis ofertas de companhias energéticas baseadas nos EUA, como a ConocoPhillips, para buscar por gás natural nos campos de Shtokman no Mar de Barents se as conversas de comércio não tiverem progresso. A administração de Bush rejeita a idéia de que as duas questões deveriam ser ligadas.

- O acesso à OMC é um negócio sério e eu acho que a Rússia quer fazer isso corretamente, e gostaríamos que ela assim fizesse. É isso o que tentamos realizar - disse Schwab na última sexta-feira, em uma coletiva de imprensa.

Ela também disse que a Rússia havia feito "melhorias reais"

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