Lula evita falar da queda de Chávez

Arquivado em:
Publicado Sexta, 12 de Abril de 2002 às 13:27, por: CdB

O candidato do PT , Luiz Inácio Lula da Silva, não só se recusou a comentar a queda do presidente Hugo Chaves da Venezuela, como mudou completamente sua postura em relação aos jornalistas que o acompanharam durante seu programa em Paris e Bordeaux, evitando todo contato direto durante o dia de hoje. Ele que normalmente se mostra aberto às solicitações da imprensa, o que ocorreu até a véspera quando foi aplaudido no comício do candidato socialista à presidência da França, decidiu enviar seu assessor para assuntos internacionais e porta voz, Luis Favre, explicar aos jornalistas que não estava disposto a falar sobre a queda de Chaves e tampouco sobre a provável renúncia de sua adversária Roseana Sarney. Favre disse que Lula só poderá falar sobre o assunto no Brasil, depois de reunir a executiva do partido no Brasil, lembrando não dispor de informações suficientes aqui na Europa. Pela manhã, o candidato do PT foi recebido pelo ministro do Exterior da França, Hubert Védrine, com quem tratou do caso do embaixador José Mauricio Bustani na Opaq e da crise no Oriente Médio, mas, segundo o porta voz Luís Favre, o problema da crise na Venezuela e da queda de Chaves não chegou a ser abordado. Ora, essa não foi a versão de fonte diplomática francesa do Quai D"Orsay que confirmou que o caso Hugo Chaves foi um dos assuntos da conversa entre Lula e Védrine. O candidato do PT evitou os jornalistas também quando se encontrava na casa do embaixador Marcos Azambuja que o homenageou com um almoço. Pela primeira vez, Lula foi recebido com "tapete vermelho" pelos diplomatas brasileiros em Paris, o que também constitui uma importante mudança de comportamento mais recente dos representantes do Itamarati. Nas três viagens anteriores como candidato, Lula nem sempre contou com apoio diplomático do Itamarati, sendo sua presença ignorada pela embaixada na maior parte das vezes. O interesse se limitava a preparação do telegrama que as embaixadas enviam rotineiramente ao Itamarati em Brasília, . Desta vez, o embaixador do Brasil chegou a enviar veículos oficiais e diplomatas para recebe-lo no aeroporto, mas seus esforços foram frustados. Os carros o aguardavam na estação de desembarque da Varig, mas Lula e sua comitiva acabaram chegando pela Tam, cuja estação de desembarque encontra-se em o outro local. Alguns diplomatas justificam esse comportamento como prova de profissionalismo do Itamarati , mas outros preferem acreditar isso se deve ao fato de que os tempos e os ventos estão mudando.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo