Lula diz à mídia internacional que impugnação de candidatura seria ‘uma fraude’.

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Publicado Sexta, 19 de Janeiro de 2018 às 14:20, por: CdB

Caso seja proibida sua candidatura, esta terá sido “uma decisão política do judiciário”, afirmou o líder petista, em entrevista coletiva concedida à mídia internacional, nesta sexta-feira.

 

Por Redação - de São Paulo

 

Perto do julgamento no Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-IV), em Porto Alegre, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou a jornalistas estrangeiros, nesta sexta-feira. Na entrevista, Lula afirmou que se impugnada sua candidatura, caso seja condenado, por unanimidade, pela Corte, esta seria "uma fraude". Lula também afirmou que não irá desistir de disputar a eleição presidencial de outubro.

— Na minha vida eu não conheço a palavra desistir e não faço uso dela — afirmou.

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Lula tem arrastado multidões em seus discursos, Brasil afora

Caso seja proibida sua candidatura, esta terá sido “uma decisão política do judiciário”, afirmou.

— Obviamente, está se montando uma fraude — disse Lula a correspondentes dos jornais La Nación, Die Zeit, Liberátion, El País, The New York Times e The Guardian.

Constituição

Lula voltou a dizer que sua condenação – 9,6 anos de reclusão - em primeira instância pelo juiz federal Sérgio Moro, foi fruto de um "processo político".

— A aceitação (da denúncia) tal como ela foi me faz supor que estamos diante de um processo mais político do que jurídico — acrescentou.

Sobre o julgamento da próxima semana, Lula disse esperar que os juízes sigam as leis.

— Eu não posso julgar o que vai decidir o tribunal porque eu não conheço nenhum juiz. A única coisa que eu espero é que eles tenham lido o processo e com base nisso eles decidam respeitando o Código Penal e a Constituição — observou.

Lula disse, ainda, que continuará na intenção de voltar ao Palácio do Planalto.

— Vou continuar lutando porque eu quero viver até os 120 anos... para estar forte, para estar bem de saúde, para estar de bom humor... O dia 24 para mim não é o dia D, é o dia 24, é um julgamento. Eu tenho mais nove ou dez processos — comentou.

Intelectuais

Na terça-feira, a um auditório lotado de convidados do PT, na Zona Sul do Rio, Lula reafirmou sua inocência e tranquilidade diante de seu julgamento, em Porto Alegre. E voltou à questão, noite passada, em discurso durante outro ato de artistas e intelectuais em seu apoio, na Casa de Portugal, no centro de São Paulo.

O lider petista voltou a acusar seus adversários de quererem criminalizar o PT.

— Quero que o PT me indique à Presidência. Se não for como candidato, serei como cabo eleitoral. Se o PT quiser, estarei como candidato à Presidência, aconteça o que acontecer — disse.

Lula reafirmou sua serenidade:

— Duvido que os juízes que já me julgaram e os que vão me julgar estejam tão tranquilos quanto estou. Estou com a tranquilidade dos justos e dos inocentes. Eu sei que não cometi nenhum crime. O que tá em jogo nesse instante é uma coisa mais forte do que o Lula. O que está em jogo é uma coisa chamada soberania nacional. Eles estão tentando fazer com que esse país volte a ter complexo de vira lata — concluiu.

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