O ato teve início nesta tarde, na Esquina Democrática. O discurso de Lula estava previsto para o início da noite. Em seguida, ele retorna para São Paulo de onde vai acompanhar o julgamento.
Por Redação – de Porto Alegre
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta terça-feira, de um ato com movimentos sociais e militantes em Porto Alegre. Nesta quarta-feira, ele será julgado pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-IV), em Porto Alegre, no caso do tríplex do Guarujá, no qual foi condenado a nove anos e meio de prisão.
— Foi uma decisão dele, de coração, para agradecer as pessoas que estão se deslocando de todas as regiões do país para apoiar a democracia e seu direito de se candidatar — declarou a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).
Multidão

O ato teve início nesta tarde, na Esquina Democrática. O discurso do líder petista estava previsto para o início da noite. Em seguida, ele retorna para São Paulo de onde vai acompanhar o julgamento.
— Lula decidiu estar no ato para fazer um agradecimento a essa mobilização nacional e internacional pela sua inocência e defesa da democracia — afirmou Alexandre Padilha, dirigente da legenda.
Vários líderes nacionais estão na capital gaúcha. Junto com uma multidão, eles realizaram uma caminhada até o Anfiteatro do Por do Sol. Lá, o MST está acampado para a realização de uma vigília.
— No dia 24 pela manhã vamos caminhar até o ponto mais próximo do TRF-IV — disse Padilha.
De acordo com o PT, já são 500 caravanas confirmadas rumo a Porto Alegre e 2,5 mil militantes do MST acampados desde a manhã de segunda-feira.
Julgamento
Lula recebeu o apoio de centrais sindicais em encontro na sede do Instituto Lula, na véspera.
— Esse julgamento não é contra mim e sim contra o nosso governo. O que eu quero é que façam um julgamento decente e, com base nas provas que eles tem, decretem a minha inocência — afirmou o ex-presidente.
Aos sindicalistas, Lula defendeu a união das categorias na luta contra a retirada de direitos do trabalhador brasileiro.
— Tem muito fascista nesse país querendo acabar com a representação dos trabalhadores. Jamais achei que eles tivessem a petulância de fazer a reforma do jeito que eles fizeram — alertou.
Para Lula, a população está acordando dos efeitos de uma anestesia provocada pelo processo de impeachment.
— Deram uma anestesia no povo. Agora estão acordando e percebendo que a cirurgia foi pior para eles. É preciso fazer uma nova cirurgia que é a eleição direta pra presidência e quem sabe uma nova constituinte. A Constituição já recebeu mais de 105 emendas, o que significa que a Constituição de 88 não existe mais — concluiu.