Lula tende a receber os votos da ‘terceira via’, se houver segundo turno

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Publicado Sexta, 14 de Maio de 2021 às 13:13, por: CdB

A maior parte dos apoiadores de candidatos da chamada “terceira via” optaria por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um hipotético segundo turno contra Bolsonaro.

Por Redação, com RBA - de São Paulo

A maior parte dos apoiadores de candidatos da chamada “terceira via” optaria por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um hipotético segundo turno contra Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022, aponta pesquisa do Datafolha. De acordo com o instituto, o ex-presidente teria 55% dos votos na etapa final, contra 32% do atual ocupante do Palácio do Planalto.

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Para Luiz Inácio Lula da Silva, "ninguém gosta de lambe-botas, ninguém gosta de quem não se respeita"

Mesmo eleitores que declaram intenção de votar em desafetos de Lula, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tendem, em sua maioria, a apoiar o petista no segundo turno. Declaram voto no ex-presidente 55% dos eleitores de Doria, contra 26% que apoiariam Bolsonaro. Uma parcela significativa, de 20%, votaria em branco ou nulo.

O levantamento foi realizado com 2.071 pessoas, de forma presencial, em 146 municípios, nos dias 11 e 12 de maio. O dado é significativo, uma vez que Doria construiu sua carreira política com forte discurso antipetista, desde sua primeira campanha eleitoral, para prefeito de São Paulo, em 2016.

Primeiro turno

Ele chegou a dizer que visitaria Lula na cadeia e declarou voto em Bolsonaro no segundo turno de 2018, com a justificativa de barrar o retomo dos petistas ao Palácio do Planalto. Mas a pesquisa mostra que a rixa do governador com Bolsonaro, sobretudo em razão da condução da pandemia, hoje se sobrepõe à querela com Lula.

Apoiadores do presidente criticam as medidas de isolamento social defendidas pelo tucano e o chamam, pejorativamente, de “calça apertada”. O governador teve 3% das intenções de voto na simulação de primeiro turno.

Lula também receberia a maior parte dos votos dados no primeiro turno ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que apareceu com 6% na pesquisa, e o apresentador Luciano Huck (sem partido), que marcou 4%.

Coligação

No caso dos apoiadores de Ciro, o petista seria a opção de 62%, contra apenas 15% que iriam  de Bolsonaro e 22% que optariam pelo voto em branco ou nulo. Lula e o pedetista têm mantido uma relação turbulenta ao longo dos anos. Ciro foi ministro da Integração Nacional no primeiro governo do petista e tem uma duradoura aliança com o PT do Ceará.

Mas a relação entre os dois caciques se deteriorou bastante a partir de 2018, quando Ciro se ressentiu da atuação do ex-presidente para dificultar a construção de sua coligação eleitoral. No segundo turno daquele pleito, preferiu viajar a Paris em vez de apoiar Fernando Haddad (PT) contra Bolsonaro. Desde então, o pedetista tem atacado o que chama de “lulopetismo”, e busca se reinventar como um candidato de centro.

Grande parte de seu eleitorado, contudo, ainda o vê como aliado natural de Lula, como mostra a pesquisa.

Sérgio Moro

Quanto a Huck, Lula herdaria 48% de seus votos, contra 29% que iriam para Bolsonaro. Outros 23% votariam em branco ou nulo. O apresentador não costuma polemizar muito com Lula, com exceção de alfinetadas pontuais.

Quando o ex-presidente teve os direitos políticos restabelecidos por decisão do Supremo Tribunal Federal, em março, ele escreveu, em uma rede social, que “figurinha repetida não completa o álbum”.

O único dos possíveis candidatos presidenciais a transferir a maior parte de seus apoiadores para Bolsonaro num segundo turno é Moro, que foi seu ministro da Justiça, mas com quem ele rompeu no ano passado. O ex-juiz teve 7% na pesquisa.

Mesmo com as trocas de acusações entre Moro e o presidente, 39% de seus apoiadores votariam em Bolsonaro no segundo turno. Já Lula, que foi preso por ordem do então responsável pela Operação Lava Jato, receberia 29% dos votos dados a Moro.

Reprovação

Mas, mostrando que os apoiadores de Moro teriam uma escolha muito difícil a fazer, 31% votariam em branco ou nulo num eventual segundo turno entre o atual presidente e o petista.

Lula também recebe, no segundo turno, a maior parte dos votos dos eleitores que consideram o governo Bolsonaro regular (48%) e ruim ou péssimo (82%). Mesmo entre os que avaliam a atual gestão como ótima ou boa, o petista tem o apoio de 15%.

Já Bolsonaro, previsivelmente, tem 81% entre os que aprovam seu governo, 37% dos que a consideram regular e apenas 3% entre os que a classificam como ruim ou péssima.

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