Acompanhado de amigos e parentes e cercado de seguranças, o presidente Luís Inácio Lula da Silva tentou despistar a imprensa percorrendo em alta velocidade, na manhã deste sábado, o trajeto entre o Palácio da Alvorada e a Residência da Granja do Torto.
Em certos momentos, os carros da comitiva chegaram a 150 km por hora, em pistas onde o limite é de 60 km ou no máximo70 km, numa perseguição que chegou a lembrar os tempos de Fernando Collor (1990-92), quando o ex-presidente corria pelas ruas de Brasília no banco de trás ou mesmo ao volante de veículos oficiais.
O presidente dispensou a ambulância e aumentou o efetivo de segurança. Um dos três carros usados pela segurança presidencial fez manobras arriscadas ao passar por veículos de moradores da cidade. No Setor de Clubes Norte, o Astra preto placa 3573 fez zigue-zague na pista, fechando os carros das equipes da TV Globo e TV Record que tentavam não se afastar muito do Ômega em que estava o presidente e garantir imagens da chegada de Lula ao Torto.
Nas vezes anteriores em que acompanhou Lula pelas avenidas da capital federal, a segurança do presidente permitiu que os jornalistas se aproximassem mais da comitiva. Ao contrário da tensão dos seguranças, o presidente demonstrou bom humor e descontração pela manhã. Lula caminhou por volta das 8 horas pelos jardins do Alvorada acompanhado por um segurança e um personal trainer, sempre conversando e rindo. Logo depois, seguiu para a Granja do Torto.
A Presidência tomou outras medidas para garantir o isolamento de Lula. Foram plantados centenas de ficus, uma espécie de muitas folhas e galhos, ao redor do alambrado que cerca a área mais elevada da Granja do Torto. Estima-se que em três meses não será mais possível filmar ou fotografar o presidente, seus parentes e convidados no heliporto e no campo de futebol do Torto.