Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Mario Abdo Benítez estiveram na troca de comando. Verri renunciou ao mandato de deputado federal pelo Paraná para assumir o posto, como determina o artigo 54 da Constituição Federal.
Por Redação, com ABr – de Foz do Iguaçu, PR
O deputado federal Enio Veri (PT-SP) assumiu, nesta quinta-feira, o cargo de diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional e a mudança no cargo resgata a integração regional perdida durante o governo do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL). A usina hidrelétrica em Foz do Iguaçu, no Rio Paraná, fronteira entre Brasil e Paraguai, foi inaugurada em 26 de maio de 1973.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Mario Abdo Benítez estiveram na troca de comando. Verri renunciou ao mandato de deputado federal pelo Paraná para assumir o posto, como determina o artigo 54 da Constituição Federal.
Segundo Lula, o acordo Brasil-Paraguai que permitiu a construção da usina foi civilizatório, “como se fosse, medidas as proporções, a construção de uma União Europeia”. Lula disse que Verri assume a direção com a responsabilidade de não apenas dirigir o complexo de energia para colher resultados para Itaipu.
— Mas, como representante do Brasil, ajudar o governo a resolver os problemas do povo brasileiro — disse o presidente.
Dois países
O chefe de governo destacou que a importância política de Itaipu nos dias atuais deve ser vista sob ótica nova.
— Hoje não conseguiríamos construir como foi feito na época. Naquele tempo não existia a visão de conservar o planeta como hoje, quando todos estão preocupados com o clima. Mas temos que tirar proveito do que representou Itaipu para os dois países — acrescentou.
O presidente também destacou o simbolismo do fim do pagamento de Itaipu. No dia 28 de fevereiro, a Itaipu Binacional quitou as últimas parcelas da dívida contraída para sua construção. O empreendimento, um dos maiores do mundo no setor, tornou-se amortizado. Os últimos pagamentos foram destinados à Eletrobras e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), somando US$ 115 milhões.
Verri frisou em seu discurso que, apesar de turbulências e crises políticas das cinco décadas de existência da usina, “nada abalou a aliança estratégica dos dois países”. Ele lembrou que Lula esteve no local em maio de 2007, ao lado do então presidente paraguaio, Nicanor Duarte, para inaugurar as duas últimas unidades geradoras, concluindo as 20 previstas no tratado.
Unasul
Verri disse ainda que, no comando da direção-geral do lado brasileiro da empresa, pensa em ampliar a atuação de Itaipu. Por exemplo, estreitando a relação com universidades e setor produtivo, dialogando com comunidades e municipalidades. Resgatar direitos dos povos originários na área de influência da usina.
Lula dirigiu-se ao presidente paraguaio para reafirmar o compromisso de fortalecer o Mercosul.
— Porque já está provado que juntos temos forças para negociar, e separados somos frágeis.” O mandatário acrescentou a “firme vontade de reorganizar a Unasul” e destacou ainda a necessidade de que o continente deixe de ser pobre, em desenvolvimento. “Temos o direito de crescer — concluiu.