Luto: Suécia chora a morte de chanceler

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado quinta-feira, 11 de setembro de 2003 as 19:16, por: CdB

Os suecos choraram e depositaram rosas vermelhas em homenagem à ministra das Relações Exteriores, Anna Lindh, nesta quinta-feira, numa onda de luto e horror que tomou conta do país. Líderes de todo o mundo enviaram mensagens de pesar pelo assassinato da chanceler, que foi esfaqueada na quarta-feira em uma loja de departamentos de Estocolmo.

– A Suécia perdeu sua face diante do mundo – disse o premier, Goran Persson.

Em Genebra, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, referiu-se a Lindh como “uma grande chanceler, uma grande sueca e uma grande européia”.

Em Washington, a Casa Branca disse que o presidente George W. Bush e o povo americano estão chocados e tristes com a morte “dessa incansável defensora da liberdade e da paz”.

Lindh, de 46 anos, mãe de dois filhos, morreu na madrugada desta quinta-feira no hospital Karolinska, em frente ao qual a bandeira sueca agora ondula a meio-mastro.

Aos prantos, muitas pessoas foram ao hospital, à loja onde o crime ocorreu e a prédios públicos para depositar rosas, o símbolo do Partido Social-Democrata. “Pensamos em você, Anna Lindh”, dizia a mensagem deixada pelas alas jovens de partidos políticos.

O último crime político tão chocante no país ocorreu em 1986, quando o então primeiro-ministro Olof Palme foi assassinado ao sair de um cinema. Aquele episódio mostrou que nem a pacata Suécia está imune a violência política.

– A dor, o ódio e o desespero que o assassinato de Anna Lindh evocam são indescritíveis. O que não deveria acontecer aconteceu outra vez – afirmou o líder do oposicionista Partido Democrata Cristão, Alf Svensson.

O crime ocorreu quatro dias antes do referendo, marcado para domingo, sobre a adesão da Suécia ao euro. Lindh defendia ardorosamente essa proposta. De várias partes do mundo chegaram mensagens de pesar pela morte de Lindh.

– O mundo no 11 de setembro, com horrível ironia, perdeu outra pessoa que contribuía de forma substancial para um mundo melhor e mais seguro – disse o secretário-geral da Otan, George Robertson.

O presidente da Frana, Jacques Chirac, telefonou para Persson expressando “grande tristeza e consternação”.

– A beleza que ela tinha no rosto era uma representação da beleza que tinha na alma – disse o chefe da diplomacia da União Européia, Javier Solana.

O presidente sul-africano, Thabo Mbeki, afirmou que Lindh “contribuiu muito pessoalmente para promover a paz internacional, e era vista como uma grande amiga da África do Sul”.