Macron começou sua primeira visita de Estado à China com uma parada em Xian, um ponto de partida oriental da antiga Rota da Seda
Por Redação, com Reuters – de Paris:
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta segunda-feira que a China e a Europa devem trabalhar juntas na iniciativa de Pequim “Cinturão e Rota”, um projeto que busca construir uma “Rota da Seda” dos dias atuais e que ele disse não poder ser “de mão única”.

Macron começou sua primeira visita de Estado à China com uma parada em Xian; um ponto de partida oriental da antiga Rota da Seda; esperando retomar relações UE-China, frequentemente tensas por conta das restrições de Pequim sobre investimento estrangeiro e comércio.
– Por definição, estas rodas só podem ser compartilhadas. Se elas são rotas, não podem ser de mão única – disse.
Divulgado em 2013, o projeto Cinturão e Rota tem objetivo de conectar a China por terra e mar ao Sudeste da Ásia, Paquistão e Ásia Central; e para o Oriente Médio, Europa e África.
O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu US$ 124 bilhões para o plano em uma cúpula em maio. Mas tem enfrentado suspeitas em capitais ocidentais de que o projeto se destina mais a reivindicar influência chinesa do que ao declarado desejo de Pequim de espalhar prosperidade.
Macron, que prometeu visitar a China ao menos uma vez por ano durante seu mandato; disse que a nova infraestrutura e projetos culturais promovidos pela China também podem ser feitos para interesse da França e da Europa caso feitos em um espírito de cooperação.
– Estas rotas não podem ser aquelas de uma nova hegemonia, que iriam transformar aqueles que cruzam em vassalos – disse Macron.
IFRI
Alice Ekman, do centro de estudos IFRI, sediado em Paris, disse: “Por ora, considerando o quão extenso e incerto o projeto chinês continua sendo; diversos países europeus, incluindo a França, mostraram cautela quanto a isto”.
– Para a China, as novas Rotas da Seda também são uma ferramenta para promover novos padrões internacionais; regras e normas que são diferentes daquelas atualmente usadas pela França e outros países europeus.
Em Xian, Macron disse esperar que relações entre UE e China possam ter um novo começo, baseadas em “regras equilibradas”; após reconhecer que houve uma falta de confiança e “questões legítimas” na China; assim como temores entre europeus.
A Europa agora está unida e pronta para cooperar com a China; após anos de gerenciamento de crises e estagnação econômica, disse Macron.