Publicado Domingo, 31 de Julho de 2022 às 12:54, por: CdB
Curiosamente, os bolsonaristas se mostram mais céticos quanto à possibilidade de o presidente levar a cabo as constantes ameaças que faz contra a democracia e as eleições. Entre as pessoas que declaram votar em Bolsonaro, 90% não acreditam no golpe, e apenas 6% veem o presidente agindo nessa direção.
Por Redação, com BdF - de São Paulo
A maioria dos brasileiros leva a sério as ameaças golpistas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo dados da pesquisa DataFolha divulgada nesta semana, 56% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro pode tentar um golpe, contra 37% que não creem na possibilidade.
O patético desfile de armamento sucateado chamou a atenção dos parlamentares pelo objetivo de pressionar o Congresso, no último 7 de Setembro
Curiosamente, os bolsonaristas se mostram mais céticos quanto à possibilidade de o presidente levar a cabo as constantes ameaças que faz contra a democracia e as eleições. Entre as pessoas que declaram votar em Bolsonaro, 90% não acreditam no golpe, e apenas 6% veem o presidente agindo nessa direção.
Entre o eleitorado de Lula, a situação é vista com maior gravidade: 58% creem em uma tentativa de golpe e 35% a descartam.
Tensão
Quando perguntados se os ataques de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Justiça eleitoral devem ser levados a sério, 56% acreditam que sim, contra 36% que não mostram preocupação. Novamente, o problema é visto com mais seriedade pelos eleitores de Lula. Entre eles, 61% entendem os ataques do presidente contra as urnas eletrônicas e a Justiça eleitoral como algo sério, enquanto 33% não dão tanta importância. Entre quem declara votar em Bolsonaro, 50% consideram as ameaças algo que merece atenção, contra 40% que têm opinião contrária.
O DataFolha também avaliou como o clima mais agressivo afetou a relação das pessoas com a política no dia a dia. Segundo a pesquisa, 54% dos eleitores afirmaram ter vivido alguma situação de constrangimento, ameaça física ou verbal em razão de suas posições políticas nos últimos meses. 15% disseram já ter recebido ameaça verbal e 7%, física.
O ambiente violento levou 49% dos eleitores a deixar de conversar sobre política com amigos e familiares para evitar conflitos nos últimos meses.
Ameaças
Como esperado, o contingente é mais alto entre simpatizantes do PT (63%), eleitores de Lula (58%), mais instruídos (62%), que reprovam o governo Bolsonaro (62%), autodeclarados pretos (60%) e homossexuais e bissexuais (65%).
Os lulistas também são os que mais deixaram de conversar sobre política com amigos ou família. 54% dos que declaram voto no ex-presidente disseram ter evitado o assunto, contra 40% entre os apoiadores de Bolsonaro. Também são os eleitores do PT que mais relatam ter recebido ameaças verbais: 19% entre os lulistas contra 12% entre bolsonaristas.
A pesquisa Datafolha, contratada pela Folha, ouviu 2.556 pessoas em 183 cidades do país entre quarta e quinta-feiras. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
