Maioria dos brasileiros apoia a CPI da Covid, diz pesquisa

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Publicado Sábado, 08 de Maio de 2021 às 10:30, por: CdB

A falta de interesse no caso, no entanto, supera um terço dos pesquisados, com 34% não aprovando ou desaprovando o esforço do Congresso. O levantamento mostra, ainda, estabilidade na avaliação da gestão do presidente Jair Bolsonaro.

Por Redação - de São Paulo

A maioria absoluta dos brasileiros apoia a realização da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, instalada no Senado para investigar o comportamento do governo federal durante a atual pandemia. Pesquisa publicada na edição desta semana da revista de direita especializada em economia Exame revela que 59% dos brasileiros se disseram a favor das investigações, enquanto apenas 7% se posicionaram contrariamente à CPI.

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O vice e o presidente da CPI da Covid, senadores Randolfe Rodrigues (E) e Omar Aziz (D), contam com o apoio da maioria dos brasileiros nas investigações

A falta de interesse no caso, no entanto, supera um terço dos pesquisados, com 34% não aprovando ou desaprovando o esforço do Congresso. O levantamento mostra, ainda, estabilidade na avaliação da gestão do presidente Jair Bolsonaro.

A pesquisa foi realizada pela revista Exame em parceria com o Instituto Ideia ouvindo 1.230 homens e mulheres das cinco regiões do Brasil, com idade igual ou superior a 16 anos. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Depoimentos

Outro dado a ser destacado: dois terços da população já tomou conhecimento da CPI da Covid e apenas um terço ainda não sabe que ela está instalada. Os trabalhos no Senado começaram oficialmente no dia 27 de abril e os depoimentos foram iniciados uma semana depois, na terça-feira. O prazo de funcionamento inicial é de 90 dias, mas pode ser estendido.

— Vale notar que a CPI é desconhecida por um terço dos brasileiros. Isso dá uma demonstração que grande parte do país ainda não está acompanhando de maneira mais profunda ou em tempo real os andamentos — diz Maurício Moura, fundador do Ideia.

Moura chama a atenção para outro dado: dos que aprovam a CPI da Covid, 72% têm ensino superior. Além disso, a pesquisa revela que 88% dos que têm renda superior a cinco salários mínimos têm conhecimento sobre as investigações.

Vacinação

Embora a CPI tenha como objetivo primário investigar responsabilidades sobre a gestão da pandemia, 41% dos entrevistados gostariam que ela resultasse no aumento da vacinação no país. Nesse ponto, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, mostra-se antenado.

Em entrevista concedida ao jornalista da rede popular de TV TVT Juca Kfouri, na quinta-feira, o parlamentar disse que a comissão tem como objetivo “corrigir o que continua errado e podia ser corrigido lá atrás”. Além de estimular a imunização, outros 32% dos pesquisados gostariam que a CPI da Covid apontasse os culpados pela crise sanitária e 15% queriam que redundasse no aumento do auxílio emergencial.

Ainda nas expectativas sobre o relatório final, 38% acreditam que os três objetivos – melhor vacinação, culpados e auxílio maior – serão atingidos. Outros 20% creem em dois e 13% em apenas um. O restante, 29%, acha que não vai dar em nada.

Auxílio e hábitos

Sobre o auxílio emergencial, a pesquisa mostra que somente 68% das pessoas que receberam o benefício no ano passado voltaram a receber neste ano. No total de pesquisados, menos da metade, 48%, afirmou ter sido contemplado nesta segunda rodada. O destino do dinheiro recebido foi alimentação, para 71% dos entrevistados, ou pagar dívidas, para 26%.

Na questão do trabalho, dois terços, ou 68%, confirmaram que perderam renda com a piora da pandemia. Desse total, 75% estão nas classes D e E. Para Moura, esse dado dá a “exata noção de como é impossível desvincular a questão econômica da sanitária”.

Outro dado de destaque na pesquisa é que 77% dos entrevistados afirmaram ter mudado de comportamento em relação ao uso de máscara e ao distanciamento social com o agravamento da pandemia. O grosso desse grupo, 73%, afirmou que parou de encontrar amigos e parentes (38%) ou deixou de frequentar comércio e shoppings (35%). O restante, 23%, segue indiferente aos mais de 400 mil mortos.

Desaprovação

A popularidade do governo Bolsonaro também foi medida e chegou-se a conclusão de que permanece estável em relação à pesquisa anterior. O índice de Ruim/Péssimo continua o maior, sendo a avaliação de 50% dos entrevistados agora contra 52% da pesquisa de 23 de abril. O Ótimo/Bom ficou em 24% agora contra 23% da edição anterior e o Regular caiu de 24% para 23,8%.

O Não Sabe foi de 1% para 2%. A avaliação específica do presidente segue os mesmos parâmetros. O Ruim/Péssimo foi de 54% para 52%; o Ótimo/Bom, de 25% para 24% e o Regular subiu de 20% para 22%. O Não Sabe também foi de 1% para 2%. Todas as variações estão dentro da margem de erro.

— A gente vê claramente que há uma estabilidade na aprovação presidencial. Ótimo e bom estão completamente na margem de erro e ruim e péssimo, também. Vale destacar a força do presidente no Centro-Oeste e a recuperação da aprovação no Norte. Isso se deve ao primeiro mês inteiro da volta do auxílio emergencial. Também vale destacar como o presidente tem performado mal nos grupos de ensino superior e de renda mais alta. É o efeito do ritmo lento de vacinação — concluiu Maurício Moura.

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