Mais de 700 pessoas podem ter morrido afogadas em Gâmbia

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Publicado Sexta, 27 de Setembro de 2002 às 21:06, por: CdB

Mais de 700 pessoas podem ter morrido afogadas, depois que uma barca senegalesa virou na costa de Gâmbia, durante uma tempestade. Oitenta corpos foram retirados e cerca de 670 pessoas devem ter se afogado, informaram as autoridades locais. Apenas 30 pessoas foram resgatadas com vida das águas - alguns deles por um barco pesqueiro italiano. A barca Joola estava fazendo o percurso da região de Casamance, no sul do Senegal, até a capital do país, Dacar. O barco virou quando passava pouco antes da meia-noite de quinta-feira, quando atravessava as águas de Gâmbia. Impacto A embarcação, de propriedade do governo, estava equipada para carregar, no máximo, 550 pessoas, mas o primeiro-ministro do Senegal, Mame Madior Boye, teria dito que 800 pessoas estavam a bordo. "A embarcação caiu para um lado como resultado da combinação do impacto de ventos fortes e chuvas torrenciais", contou o primeiro-ministro Boye. Há informações não-confirmadas de que a barca teria sofrido uma pane no motor. O barco tinha voltado a ser usado há apenas três semanas depois de ter passado por reparos substanciais. Parentes dos passageiros que estavam a bordo se reuniram nos portos de Dacar e Zinguinchor, capital da região de Casamance. Resgate Segundo o corrrespondente da BBC em Dakar, o clima é de revolta no porto da capital do Senegal. Ele disse que as pessoas estão frustradas e ansiosas pois estão recebendo poucas informações das autoridades. Segundo a agência de notícias AFP, algumas famílias responsabilizam o serviço de transporte do país. Eles dizem que a barca voltou a ser colocada em serviço precipitadamente, após ter ficado parada durante um ano. Forças de segurança foram enviadas para conter a multidão. Barcos civis e da Marinha de Gâmbia e do Senegal se uniram para fazer uma operação conjunta de resgate. Rumores O governo do Senegal declarou três dias de luto nacional. O caminho entre Zinguinchor e Dakar é uma importante rota comercial. O território do sul do Senegal é separado do resto do país por Gâmbia, e uma guerra na região do Casamance fez com que as estradas sejam muito perigosas. Muitos empresários, portanto, preferem usar a rota marítima para continuar a fazer seus negócios. O correspondente da BBC conta que há rumores de que o barco poderia estar sobrecarregado de mercadorias. Um grande grupo de mulheres está rezando e cantando em frente ao mar enquanto amigos e parentes ouvem, na rádio local, informações sobre o acidente.

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