Mais de mil pessoas saíram em passeata na manhã desta segunda-feira rumo ao complexo do Anhembi, em São Paulo, para protestar contra a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), aproveitando a 11a Unctad, a conferência das Nações Unidas para o comércio. Os dados são da Polícia Militar.
A manifestação foi organizada pela Coordenação dos Movimentos Sociais, que inclui a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e outras entidades. A manifestação tem o nome “Marcha Nacional Contra a Alca e a OMC”.
“Aproveitamos a presença de representantes de 178 países e em especial das Américas para dizer que somos contra a anexação dos nossos países aos Estados Unidos por meio da Alca”, disse o vice-presidente da Federação Sindical Mundial, ligada à Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, Antônio Neto. Segundo ele, a passeata reuniu 2.000 pessoas.
Ele acrescentou que a OMC foi incluída no protesto porque é responsável pela “prerrogativa das negociações de livre comércio”.
“Além disso, a OMC está querendo assumir o papel da Organização Internacional do Trabalho (OIT) nas questões trabalhistas”, afirmou.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que o trânsito foi interrompido na avenida Santos Dumont em direção ao Anhembi, na zona norte de São Paulo, com apenas uma faixa destinada aos automóveis. Apesar disso, não foram registrados congestionamentos.
A conferência da Unctad foi aberta oficialmente pela manhã com discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e de outras autoridades.
Cerca de 6.000 delegados, ministros e chefes de Estado de 170 países estão reunidos para discutir formas de obter um comércio global mais equilibrado entre nações pobres e ricas e o crescimento sustentado de suas economias. O evento vai até sexta-feira.