O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) inaugura nesta terça-feira a exposição Clube de Gravura: 20 Anos e pretende apresentar duas décadas da arte contemporânea em 93 obras.
A principal característica do Clube de Gravura é proporcionar aos fãs deste tipo de arte a possibilidade de adquirir peças por preços acessíveis.
A exposição apresenta produções dos mais renomados artistas brasileiros da atualidade e comemora os 20 anos do Clube de Gravura com tiragem especial de gravuras de Antonio Dias e Rubem Grilo.
Com curadoria de Cauê Alves e Margarida Sant’Anna e projeto cenográfico de Tatiana Ferraz, a mostra fica em cartaz até o dia 10 de setembro.
A história do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM -, criado em 1948, passa necessariamente pelo Clube de Colecionadores de Gravura, em atividade desde 1986, e pelo Clube de Colecionadores de Fotografia, de 2000. A exposição Clube de Gravura: 20 anos resgata uma trajetória duradoura no circuito arte brasileira, coloca novamente a importância do colecionismo e cria ambiente educativo para o público.
Na exposição são apresentadas, além da coleção completa formada pelo Clube, uma seleção de seis matrizes de gravuras, e cinco mapotecas, que podem ser manipuladas pelos visitantes. Textos explicativos sobre as técnicas de gravura e depoimentos de alguns artistas. O hall de entrada do MAM exibe as obras realizadas em 2006: Hércules Barsotti, Vânia Mignone e Antonio Henrique Amaral. O Museu também prepara para o decorrer do ano uma tiragem especial de Rubem Grilo e Antonio Dias. Um livro sobre a história do Clube está previsto para ser lançado durante a exposição.
Entre as técnicas exploradas nos 20 anos do Clube estão: xilogravura, monotipia, gravura em metal, serigrafia, livro de artista, múltiplos, entre outras.
História do Clube
Segundo o diretor do MAM, Tadeu Chiarelli, o clube “acolheu alguns dos principais artistas gravadores do Brasil – entre eles Maria Bonomi, Fayga Ostrower, Emanuel Araújo, Evandro Carlos Jardim, Anna Bella Geiger e Laurita Salles, ao mesmo tempo que permitiu aos sócios do clube adquirir obras de artistas que, comumente, se expressam por meio de outros meios, como Tomie Ohtake, Arcangelo Ianelli, Luiz Paulo Baravelli e Paulo Pasta, entre outros”.
Anualmente cinco artistas são escolhidos pelo Conselho Consultivo de Artes Plásticas do MAM e as obras são divididas entre os colecionadores, o artista e para o acervo do Museu. O Clube é coordenado por Fatima Pinheiro. Há vários tipos de colecionadores, desde os mais jovens e recém interessados em arte, aos veteranos e especializados. Entre os colecionadores estão Sonia Vilar, Tomás Yazbek, Roberto Bertani, José Marton, Laura Wie, Beto Riginik, Antonio de Assis, Carolina Lippe e outros.
O atual diretor do MAM salienta ainda, em texto sobre história do clube, que “desde o início, o Museu sempre convidou artistas reconhecidos pela adoção de procedimentos gráficos como meio de expressão e, concomitantemente, artistas que nunca – ou raramente – se utilizaram destes procedimentos. A idéia de propiciar ao sócio do clube obras de grandes nomes da gravura brasileira, e ao mesmo tempo, obras daqueles que, por se manifestarem sobretudo por meio da pintura, atingissem uma cotação mercadológica acima das possibilidades e/ou interesses do associado”.
O clube originou-se, em 1986, do extinto Departamento de Artes Gráficas do MAM. A partir de 1996, os critérios de escolha dos artistas para a participação no clube, conforme afirma Tadeu Chiarelli, começaram a passar por algumas modificações. A primeira razão, segundo ele, para essas mudanças deve-se, sobretudo, à própria situação da gravura contemporânea em São Paulo, em meados dos anos 90.
Há exemplos que deixam clara a afirmação do diretor do museu: a obra de Paulo Climachauska (Faça você mesmo, de 2000), constituída de