Mandatário transfere responsabilidade por crise econômica em curso

Arquivado em:
Publicado Quarta, 12 de Janeiro de 2022 às 10:27, por: CdB

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que determina a inflação oficial dos preços, terminou o ano passado 4,81 pontos percentuais acima da banda superior do objetivo a ser perseguido pelo BC (5,25%) – o maior desvio em quase 20 anos. A última vez que o teto da meta havia sido rompido, em 2015, a distância havia sido de 4,17 pontos percentuais.

Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou mais uma vez nesta manhã, justificar a inflação de 2021, que fechou o ano acima dos dois dígitos, a 10,06%. O mandatário comparou seu governo ao da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), em 2015, no pior momento do descontrole econômico, em plena crise política.
real.jpg
A moeda brasileira tende a se desvalorizar ainda mais com a alta nos índices de inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que determina a inflação oficial dos preços, terminou o ano passado 4,81 pontos percentuais acima da banda superior do objetivo a ser perseguido pelo BC (5,25%) – o maior desvio em quase 20 anos. A última vez que o teto da meta havia sido rompido, em 2015, a distância havia sido de 4,17 pontos percentuais, quando o IPCA registrou alta de 10,67%. — Se eu não me engano, em 2014, 2015, a inflação foi de 10% também. Me aponte qual crise aconteceu nesses dois anos. Não teve crise nenhuma. Nós tivemos aqui a questão do covid. Com a política do ‘fique em casa’, a cadeia produtiva sofreu solavancos. E a inflação é uma questão natural — disse Bolsonaro a um site que o apoia, sem lembrar do golpe de Estado que se seguiu, no ano seguinte.

Crise hídrica

Para Bolsonaro, a inflação atual é resultado da pandemia de covid-19 e da “política do fique em casa”, em referência às medidas de isolamento social para tentar controlar a disseminação do coronavírus. Essa explicação, porém, não bate com os argumentos apresentados pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Na véspera, em carta, o executivo justificou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, por que não conseguiu entregar a inflação abaixo da meta estipulada pelo governo. Segundo Campos Neto, a alta de preços no Brasil em 2021 está relacionada a um fenômeno global, de forte aumento dos preços de commodities (produtos básicos, como petróleo, alimentos e minério) e falta de insumo. Também pesou a nova bandeira tarifária na conta de luz, por causa da crise de escassez hídrica que ainda não terminou.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo