A marcha do 'fumacê' e o devaneio do Mandrião

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Publicado Quarta, 11 de Agosto de 2021 às 06:50, por: CdB

 

Uma parcela da sociedade civil, pequena pois grande parte dela ficou completamente alheia a esse espetáculo circense, ficou impressionada de como as forças armadas, distantes do combate contra a pandemia, se mostraram tão rápidas e atuantes para fazer um “desfile” em socorro ao Mandrião, amuado porque seu projeto amalucado, da volta do voto impresso, não prosperará.

Por Wellington Duarte– de Brasília

O patético desfile de tanques em Brasília, uma dantesca coreografia para entregar um convite a Bolsonaro, por mais ridículo que possa parecer, e é, mostra o quanto os comandos militares estão alinhados com o bolsonarismo, não necessariamente com Bolsonaro.
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O patético desfile de tanques em Brasília
Uma parcela da sociedade civil, pequena pois grande parte dela ficou completamente alheia a esse espetáculo circense, ficou impressionada de como as forças armadas, distantes do combate contra a pandemia, se mostraram tão rápidas e atuantes para fazer um “desfile” em socorro ao Mandrião, amuado porque seu projeto amalucado, da volta do voto impresso, não prosperará. Apesar de termos presenciado o achincalhamento, por parte dos próprios militares, da imagem das forças armadas, não se pode, nesse momento, secundarizar esse ato ridículo, porém perigoso, do presidente e sua pandilha militante. Colocar veículos militares, inclusive um poderoso “tanque fumacê”, nas ruas da capital do país, passando em frente ao parlamento e STF, não deve ser subestimado.

A reação da sociedade civil

A reação da sociedade civil, que não é a mesma de 1964, foi imediata, variando da manifestação em favor da democracia, até o escárnio, já espalhado nas redes, com memes de todos os tipos, e mostra aos militares e ao presidente delirante, que sua aventura golpista está fadada, pelo menos nesse momento, ao mais completo fracasso. O cerco em torno de Bolsonaro continua e a resposta dele é aumentar sua aposta no caos, na bagunça, como sempre, e na tentativa de trazer de volta o apoio popular com o novo Bolsa Família, uma proposta que atinge em cheio a tal prioridade com o equilíbrio das constas públicas, uma falácia inventada pelos grupos empresariais que mantém, apesar de tudo, o apoio informal ao Mandrião. A reação, nada favorável a Bolsonaro e às forças armadas, coloca o xadrez político, nos próximos dias e semanas aparentemente de volta à CPI da Covid, mas é de se esperar de tudo desse presidente.

Wellington Duarte, é professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Gande do Norte - UFRN, doutor em Ciência Política e presidente do Sindicato dos Professores da UFRN (ADURN-sindicato).

As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil

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