Massacre em terra indígena continua e líder guajajara é esquartejado

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Publicado Sexta, 13 de Dezembro de 2019 às 15:03, por: CdB

A morte de Dorivan acontece após os assassinatos dos índios Firmino Praxede Guajajara e Raimundo Belnício Guajajara no último fim de semana na terra indígena Cana Brava, município de Jenipapo das Vieiras, também no Maranhão.

 
Por Redação, com agências de notícias - de São Luís
  Mais um indígena Guajajara foi morto no Maranhão, informou a Fundação Nacional do Índio (Funai) nesta sexta-feira, o que aumenta para quatro o número de índios mortos do povo conhecido por proteger a floresta amazônica, em pouco mais de um mês.
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A morte do líder indígena Dorivan Guajajara revoltou os integrantes das tribos situadas no interior do Maranhão
“A Funai lamenta a morte do indígena Dorivan Soares Guajajara, residente na TI (Terra Indígena) Arariboia, e mais conhecido como Cabeludo. Ele estava em companhia do não indígena Roberto do Nascimento Silva, o Crioulo, vítimas de um brutal assassinato”, informou o órgão em nota. O corpo do líder indígena foi esquartejado, segundo testemunhas do caso. A morte de Dorivan acontece após os assassinatos dos índios Firmino Praxede Guajajara e Raimundo Belnício Guajajara no último fim de semana na terra indígena Cana Brava, município de Jenipapo das Vieiras, também no Maranhão. A terra de Cana Brava fica próxima da Arariboia.

Guardiões

Os assassinatos dos índios Guajajara no fim de semana levaram o ministro da Justiça, Sergio Moro, a determinar o envio da Força Nacional de Segurança Pública à área da terra indígena Cana Brava. Antes, no começo de novembro, o líder indígena Paulo Paulino Guajajara, que atuava como um dos guardiões da floresta entre os Guajajara, foi assassinado na terra indígena Arariboia. O assassinato de Dorivan foi comentado nesta sexta pela coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Sonia Guajajara. “Mais um crime brutal contra o povo Guajajara! Dorivan Guajajara da TI Arariboia em Amarante foi brutalmente assassinado a facada. Todas as pessoas que não gostam de nós estão se sentindo autorizadas a matar porque sabem que a impunidade impera. É hora de dar um BASTA!”, escreveu Sonia na rede social.

Ambientalistas

Segundo levantamento do Instituto Sociambiental (ISA), somente em outubro foram encontradas 105 quilômetros de estradas clandestinas, usadas na exploração ilegal de madeira, na área dos Guajajara, além de 258 alertas de exploração ilegal de madeira no mesmo período. As mortes dos índios Guajajara acontecem em um momento em que o governo do presidente Jair Bolsonaro é alvo de críticas dentro e fora do país por sua política no setor de meio ambiente. Ambientalistas apontam um desmonte nos mecanismo de fiscalização e alegam que o discurso do presidente, um defensor da exploração econômica da Amazônia, incentiva o desmatamento ilegal.
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