May luta para sobreviver a crise provocada por acordo do Brexit

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Publicado Sexta, 16 de Novembro de 2018 às 08:41, por: CdB

Mais de dois anos depois de o Reino Unido votar pela desfiliação da UE, ainda não está claro como, em que termos ou mesmo se o país deixará o bloco tal como planejado em 29 de março de 2019.

Por Redação, com Reuters - de Londres

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, iniciou a sexta-feira lutando pela sobrevivência no cargo, uma vez que um esboço de acordo para a separação britânica da União Europeia provocou a renúncia de ministros do primeiro escalão e um motim em seu partido.
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A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May
Mais de dois anos depois de o Reino Unido votar pela desfiliação da UE, ainda não está claro como, em que termos ou mesmo se o país deixará o bloco tal como planejado em 29 de março de 2019. May, que assumiu o cargo em meio ao tumulto resultante do referendo de 2016, procurou negociar um acordo para o Brexit que garanta a separação mais suave possível para o Reino Unido. Mas o ministro do Brexit, Dominic Raab, renunciou na quinta-feira em repúdio ao plano do governo, derrubando a libra esterlina, e parlamentares do próprio Partido Conservador da premiê tentaram contestar sua liderança abertamente e lhe disseram com todas as letras que o acordo não passará no Parlamento. Nesta sexta-feira um ouvinte de um programa da rádio LBC pediu à premiê, que prometeu continuar no posto, que “se retire respeitosamente”, mas ela não respondeu de imediato a essa parte da pergunta.

Brexit

– Ainda não nomeei um novo secretário para o Brexit, mas é claro que o farei ao longo do próximo dia ou algo assim – disse May quando indagada se ofereceu o emprego a Michael Gove, ministro de seu governo que é defensor enfático do Brexit. Gove não comentou quando foi indagado diante de sua casa se apoiaria May. Segundo a rede BBC, a premiê lhe ofereceu a vaga, mas ele recusou. A libra, que vem oscilando ao sabor das notícias do Brexit desde o referendo, estava cotada em US$ 1,2783 nesta sexta-feira. O Brexit lançará a quinta maior economia do mundo no desconhecido, e muitos temem que ele divida o Ocidente, já às voltas com a Presidência atípica de Donald Trump e uma postura cada vez assertiva da Rússia e da China. O desfecho continua incerto em meio ao pior tumulto político desde a crise do canal de Suez, em 1956, na qual o Reino Unido foi obrigado pelos Estados Unidos a retirar suas tropas do Egito. Entre os cenários possíveis estão May conseguir aprovar seu acordo, perder o emprego, o Reino Unido deixar o bloco sem acordo ou até outro referendo. Para romper com a UE nos termos de seu acordo, May precisaria do apoio de cerca de 320 dos 650 parlamentares. A rede Sky disse que arregimentadores de voto do governo foram chamados ao Parlamento, já que uma contestação é iminente. Se uma moção de confiança for convocada, May precisará de uma maioria simples dos votos totais para vencer.
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