May rejeita segundo referendo sobre o Brexit, diz porta-voz

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Publicado Segunda, 17 de Dezembro de 2018 às 09:18, por: CdB

May está enfrentando um impasse no Parlamento profundamente dividido e foi forçada a adiar uma votação sobre o acordo do Brexit na semana passada.

Por Redação, com Reuters - de Londres

A primeira-ministra britânica, Theresa May, está buscando “garantias extras” para conseguir que o Parlamento aprove o acordo de saída da União Europeia, afirmou seu porta-voz nesta segunda-feira, descartando a possibilidade de um segundo referendo para o Brexit.
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Primeira-ministra britânica, Theresa May
May está enfrentando um impasse no Parlamento profundamente dividido e foi forçada a adiar uma votação sobre o acordo do Brexit na semana passada. Essa decisão aumentou os pedidos para que a premiê siga estratégias diferentes, incluindo um segundo referendo.

Pressão sobre Brexit cresce

O governo do Reino Unido não está preparando um segundo referendo sobre a saída da União Europeia, processo conhecido como “Brexit”, disseram ministros no domingo, mantendo a visão de que o acordo da primeira ministra Theresa May ainda pode passar pelo Parlamento com poucas alterações. May adiou uma votação na semana passada sobre seu acordo de deixar a União Europeia por avaliar que perderia no Parlamento e tentou assegurar “garantias” do bloco para tentar vender melhor a proposta a legisladores céticos. Bruxelas disse na semana passada estar pronta para ajudar, mas alertou que May não poderia renegociar o acordo. Com menos de quatro meses antes do prazo estipulado para o Reino Unido deixar a UE, em março, o Brexit, maior mudança no comércio e na política externa britânicas em mais de 40 anos, está se provando qualquer coisa menos tranquilo, em meio a profundas divisões no Parlamento e em todo o país. Com May enfrentando impasses no Parlamento por conta do acordo e a UE oferecendo pouco até agora, mais políticos estão falando sobre a possibilidade de o Reino Unido sair sem um acordo ou em um segundo referendo que poderia impedir a realização do Brexit. Perguntado sobre se o governo estava preparando uma votação, o ministro da Educação Damian Hinds disse à Sky News:”Não, um segundo referendo geraria divisões. Tivemos o voto do povo, tivemos o referendo e agora temos que seguir com sua implementação”. O ministro do comércio Liam Fox também afirmou que um segundo referendo “perpetuaria” as profundas divisões no Reino Unido, acrescentando que a primeira ministra estava assegurando as garantias necessárias para convencer o Parlamento a apoiar seu acordo.
Ele disse, no entanto, que isso levará um tempo. – Acontecerá ao longo do Natal, não vai acontecer esta semana, não vai ser rápido, irá acontecer em algum momento no Ano Novo – disse ele ao programa de Andrew Marr na BBC. Quanto maior fora a demora, no entanto, vozes que pedem uma mudança de rumo ficam mais altas e cresce a pressão para que o Partido Trabalhista, principal partido de oposição, tome ações contra o governo. May sobreviveu a um voto de desconfiança de seu próprio partido na semana passada, mas os partidos de oposição estão pedindo que o Partido Trabalhista proponha uma moção parlamentar de desconfiança contra o governo nesta semana. O Partido Trabalhista tem afirmado repetidamente que irá pedir tal moção “no melhor momento”, ou quando souber que pode vencer, e por hora irá tentar forçar o governo a levar seu acordo ao Parlamento mais cedo. Andrew Gwynne, chefe de políticas do Partido Trabalhista para comunidades e governo local, disse: “Usaremos quaisquer mecanismos que temos à nossa disposição na próxima semana para tentar e forçar o governo a levar o acordo para votação antes do Natal.”
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