O Mecanismo mancha Netflix com notícias falsas e mau caráter

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Publicado domingo, 25 de março de 2018 as 18:08, por: CdB

Sobre O Mecanismo, internautas reproduzem opiniões publicadas nas redes sociais. Algumas delas apontam o roteiro mau caráter da série.

 
Por Redação – do Rio de Janeiro

 

A série O Mecanismo, recém-chegada à rede mundial de filmes Netflix tem um erro capital. A parcialidade com que trata a questão política brasileira, no entanto, só não é mais grave do que a mentira exposta em seus primeiros capítulos.

O ator Selton Mello faz o papel de um delegado aposentado, em O Mecanismo
O ator Selton Mello faz o papel de um delegado aposentado, em O Mecanismo

Um espectador dos capítulos dirigidos por José Padilha chegou a afirmar: “Fake Netflix. Segundo a série O Mecanismo, foi Lula quem disse que era preciso estancar a sangria e fazer um acordo nacional”. Refere-se, assim, à frase pronunciada pelo senador Romero Jucá (MDB-RR).

Já o jornalista Mario Marona, em sua página no Facebook, reproduz algumas opiniões publicadas no Twitter:

Mau sentimento

“Entrei agora e várias companheiras (sempre elas!!!) comentando no meu tuite que cancelaram a Netflix por causa do protofacista Jose Padilha e sua série #FakeNews lavajatista O Mecanismo. Aderi ao movimento e cancelei agora! Vamos seguir as companheiras e boicotar a Netflix!

“A série O mecanismo atribuindo o diálogo do ‘estancar a sangria’ ao ex-presidente Lula é de uma desonestidade ímpar. É publicidade de grupo político. Não é uma série. Não vou bancar essa publicidade”.

“A desonestidade do José Padilha na narrativa da série ‘O Mecanismo’ da @NetflixBrasil é tão grande que ele consegue, entre outras coisas, colocar na boca do personagem Lula o famoso bordão do Jucá: ‘Estancar essa sangria”.

O midiativista Geso Silva segue na mesma linha:

“José Padilha.  Nos deixe de fora desse seu mau sentimento”.

Pra lá de desonesto

Na crítica especializada, o deslize de caráter do diretor também é citado. “Há de se reconhecer o esforço dos criadores José Padilha e Elena Soarez e o time de roteiristas de tentarem vender a ideia de que o tal mecanismo engloba todas as partes, da esquerda e da direita, do Presidente da República ao funcionário da companhia de água; passando pelo jovem da classe média e alta que falsifica carteira de estudante e dá uma ‘cervejinha’ para o policial”, escreve o site Adoro Cinema.

“Por alguns momentos, a série consegue bem vender essa imagem. Em outros, no entanto, fica clara uma postura tendenciosa por parte da mesma; como quando vemos o personagem do ex-presidente (claramente inspirado em Lula) usando frases como ‘estancar a sangria’ e ‘construir um grande acordo nacional’. Usar fala do notório diálogo entre Sérgio Machado e Romero Jucá como sendo de Lula é algo pra lá de desonesto, e isso é algo que deveria ser claro para pessoas das mais diversas visões ideológicas”, conclui a publicação.