Médicos e outros defensores dos direitos humanos pedem a libertação de Julian Assange para evitar o risco de contágio pelo novo coronavírus na prisão de Londres, onde ele está preso desde abril de 2019.
Por Redação, com Sputnik – de Londres
Os Médicos por Julian Assange pedem ao governo australiano para ter em conta a má saúde do denunciante, citando condições “férteis” em prisões britânicas para a propagação do SARS-CoV-2.

Médicos e outros defensores dos direitos humanos pedem a libertação de Julian Assange para evitar o risco de contágio pelo novo coronavírus na prisão de Londres, onde ele está preso desde abril de 2019.
– A vida e a saúde de Julian Assange estão em maior risco devido à sua detenção arbitrária durante esta pandemia global – adverte Médicos por Assange (Doctors for Assange), um grupo de cerca de 200 médicos em uma carta ao governo australiano para intervir no assunto.
A Associação dos Governadores das Prisões do Reino Unido advertiu que as prisões britânicas são “locais férteis” para a propagação do novo coronavírus, disse o grupo internacional de especialistas médicos.
“O governo australiano deve atender aos apelos crescentes das autoridades médicas, legais e de direitos humanos e intervir para garantir a liberdade e proteger a vida do premiado jornalista australiano”, exortaram os signatários da carta.
Os colaboradores do fundador do WikiLeaks e os ativistas que se mobilizam quase diariamente em seu nome em Londres também exigem sua libertação face à crise do coronavírus.
– É essencial que Julian Assange seja incluído em qualquer política de libertação, agora que as autoridades estão prestes a cancelar visitas sociais – disse Joseph Farrell, jornalista e “embaixador” do WikiLeaks.
O representante da plataforma de comunicações digitais alertou que a “saúde” de Assange já está “em perigo”, e que sofreria ainda mais sob as condições restritivas e severas de Belmarsh, no sudeste de Londres.
– A ameaça de que ele possa contrair o vírus é terrível– lamentou Farrell.
Pano de fundo do assunto
Assange, um australiano de 48 anos, está preso sem acusação na prisão de segurança máxima de Belmarsh, enquanto luta contra a sua possível extradição para os Estados Unidos no julgamento que começou em fevereiro de 2020, e que está previsto que seja retomado em maio.
O governo de Boris Johnson se prepara para anunciar nesta quarta-feira o cancelamento dos julgamentos e outras medidas de precaução na área judicial para mitigar o avanço do coronavírus.
O governo também espera estender o programa de libertação precoce para aliviar a pressão da infecção nas prisões.