Por Redação, com Sputnik Brasil – de Beirute
Os recrutadores da organização terrorista proibida na Rússia Estado Islâmico foram vítimas de trapaceiras da Chechênia. Três meninas entravam em contato com os militantes através de perfis falsos em redes sociais e declaravam estar prontas para ir à Síria.
As meninas diziam que queriam juntar-se às fileiras do grupo terrorista, mas que não tinham suficiente dinheiro para comprar as passagens. Os militantes transferiam o dinheiro para as contas das meninas, mas depois disso despareciam as meninas, o dinheiro e os perfis em redes sociais.
– Ele começou a atrair-me e dizer: ‘Você não quer vir à Síria? É muito agradável ali’. Eu respondi a ele que não tenho dinheiro. E ele propôs enviar dinheiro para a minha conta – disse uma das meninas.
Na verdade isso foi um simples rodeio. Quando os terroristas transferiam o dinheiro, as contas ficavam fechadas e a comunicação com as meninas cessava. Nenhuma delas almejava planos sérios de mudar para a Síria.
– Muita gente que eu conheço partiu (à Síria), mas aquilo não deu certo – confessa uma das meninas.
O processo de recebimento de dinheiro de recrutadores do EI leva muito tempo e é dividido em um série de etapas. Em primeiro lugar, a menina estabelece contato com o recrutador e logo envia as suas fotos, nas quais fica visível o rosto. Entretanto, fotos de outras meninas são frequentemente enviadas. Isto serve para assegurar que tudo é sério, e por isso o representante dos terroristas propõe ajudar com dinheiro. Assim ele fica vítima de fraude.
Todas as meninas neste momento estão sob investigação na Chechênia.
Ao mesmo tempo, o problema de partidas verdadeiras de cidadãos russos ao Oriente Médio para a adesão aos grupos terroristas fica cada vez mais sério. Segundo informou numa entrevistas com o jornal Kommersant o chefe da Agência Federal de Assuntos de Nacionalidades Igor Barinov, cerca de dois mil cidadãos russos (principalmente das regiões do Norte do Cáucaso) partiram à Síria e ao Iraque para juntar-se às fileiras do Estado Islâmico.