Panorama contempla criações de todo o país, tudo à venda. Iniciativa é parte do Programa Sala do Artista Popular, criado em 1983, que há 39 anos já reuniu 4,4 mil representantes de manifestações ancestrais do Brasil em registros pró-memória.
Por Redação – do Rio de Janeiro
Celebração é uma palavra que ecoa forte no dia desta quarta-feira quando está sendo inaugurada, depois de cinco anos, nova edição do Mercado Brasil de Artesanato Tradicional. No jardim do Palácio do Catete está um pouquinho do Brasil que canta, é feliz e cria obras conectadas à ancestralidade de nossa gente. Fácil de localizar. Anexo ao Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (CNFCP/Iphan) e Museu de Folclore Edison Carneiro (Estação Metrô Catete).
O Mercado Brasil de Artesanato Tradicional é um panorama exuberante de colorido vivo, formado por criações de artesãos de Norte a Sul do país com matéria-prima que brota na natureza desse ecossistema inigualável. São mais de 5 mil peças, todas à venda, um ótimo programa também para quem deseja encontrar presentes para o Dia das Mães, a partir de R$ 3 e até R$ 5 mil. Ou se autopresentear, vá lá.
Até sábado, das 12h às 18h, o Mercado Brasil de Artesanato Tradicional aguarda o público.Há objetos de decoração (como imãs de R$ 3, cada, dos figureiros de Taubaté, SP), garrafinhas com areia colorida registrando paisagens de Aracati, CE, e de outros estados (R$ 20), cerâmicas de Minas Gerais (bonecas do Vale do Jequitinhonha por exemplo), vestuário, acessórios, utilitários, brinquedos e mobiliários. Aceita Pix, cartões de débito e crédito.
Artesanato tradicional
O artesanato tradicional é aquele que passa de geração a geração, entre famílias e povoados, unindo o fazer artístico à matéria-prima nativa local. Um exemplo são as criações produzidas com capim dourado do Jalapão, Tocantins, conhecidas mundo afora. As redes de dormir feitas em Poço Verde no tear pelas artesãs sergipanas são outra marca do Brasil. A fibra de sisal é farto em utilização: de cestos a acessórios, caixas e peças de decoração. A matéria-prima é bastante utilizada por criadoras da Bahia.
Em breve retrospecto, em 2020 e 2021 o enfrentamento da crise sanitária provocada pelo covid-19 acarretou uma situação que impediu o corpo-a-corpo comum de feiras, mercados e outros pontos em que os artesãos vendem seus trabalhos. A insuficiência de recursos comprometeu o sustento de famílias inteiras, assim como a própria produção artesanal. Ora,como obter matéria-prima no isolamento? E quanto aos encontros para divisão de tarefas e busca de encomendas? Parou tudo.
A migração para as redes sociais fez do aproveitamento das plataformas uma alternativa. Dificuldades e desigualdades de todo tipo precisaram ser enfrentadas para que a inclusão digital fosse, de fato e de direito, uma janela aberta para o mundo. Neste período, o CNFCP/Iphan intensificou suas redes sociais, realizou rodas de conversas com artesãos e detentores de bens registrados como patrimônio imaterial, convidou artistas artesãos das mais diversas localidades para encontros virtuais e acabou por desenvolver uma Vitrine Cultural, que já está na Internet.
A Vitrine Virtual conta com curadoria das próprias comunidades artesanais, que definem os objetos a serem apresentados, acompanhados das devidas informações sobre seus trabalhos, suas especificidades e contextos de produção. Essa edição do Mercado Brasil de Artesanato Tradicional acolhe, assim, a arte popular e o artesanato de tradição desse nosso imenso país para celebrar os dias melhores desde que a vacinação anticovid foi iniciada.
Serviço:
Mercado Brasil de Artesanato Tradicional
Data: 4 a 7 de maio de 2022
Horário: 12h às 18h
Endereço: CNFC – Rua do Catete, 179 – jardim do Palácio do Catete
Catete, Zona Sul – RJ (Acesso integrado ao Museu de Folclore Edison Carneiro.)