Mercados: perspectivas para a próxima semana

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Publicado Sexta, 18 de Janeiro de 2002 às 20:24, por: CdB

O cenário externo deve continuar preocupando os investidores na próxima semana. Na Argentina, os analistas temem que as instituições financeiras não consigam resistir às medidas econômicas anunciadas pelo governo. O problema é que grande parte do prejuízo com a mudança do regime de paridade cambial ficará na mão dos bancos e há quem diga que isso pode provocar uma saída destas instituições do mercado local. Segundo informações da Dow Jones, a Moody´s Investors Service divulgou um relatório hoje afirmando que a falta de uma política monetária coerente e de uma política bancária, associada à paralisia dos mercados financeiros locais, estão ameaçando a saúde de crédito e o próprio futuro do sistema bancário da Argentina. O documento deixa claro que os bancos argentinos estão insolventes mesmo em um cenário otimista. Isso porque existe uma discrepância entre ativos e passivos provocada pela correção dos depósitos em dólar pela cotação oficial, que não foi acompanhada pela conversão das dívidas, muitas na proporção de U$1 por $1 peso. É importante destacar que um problema de insolvência entre os bancos tem impacto sobre toda a economia, provocando a insolvência também de empresas e, por conseqüência, para a população. Neste cenário, uma ajuda externa é praticamente imprescindível. O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve enviar uma nova missão técnica na próxima semana, mas não há nada de concreto sobre os recursos pretendidos pelo presidente Eduardo Duhalde - entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões. Além do risco de insolvência do sistema financeiro do país, há o clima de insatisfação da sociedade do país. No cenário externo, os Estados Unidos também atraem a atenção dos investidores na próxima semana. Na segunda-feira, é feriado no país - dia de Martin Luther King - e as bolsas de Nova York não vão operar. Empresas norte-americanas têm divulgado seus resultados nos últimos dias e, como os números estão abaixo das expectativas dos investidores, as bolsas têm operado em baixa. Empresas importantes - Alcan Aluminium, Bank of America, Johnson & Johnson, Lucent Technologies, Caterpillar, DuPont e McDonald´s - devem divulgar seus balanços na próxima semana. Começa na próxima terça-feira a reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom) para reavaliar a Selic, a taxa básica de juros da economia. A taxa está em 19% ao ano e a maioria dos analistas aposta em manutenção dos juros. A política monetária tem sido guiada pelo cumprimento das metas de inflação. Neste ano, a meta é de 3,5%, com possibilidade de alta ou baixa de dois pontos porcentuais. Com a pressão de alta verificada sobre estes índices inflacionários no início deste ano, as chances de redução neste mês são consideradas remotas pelos analistas. Na segunda-feira será anunciada a segunda prévia do Índice Geral dos Preços do Mercado (IGP-M) referente ao mês de janeiro e o número pode reforçar esta expectativa de manutenção dos juros. Não deixe de ver no link abaixo as perspectivas dos analistas para a semana no mercado financeiro e as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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