Mídia aponta erros dos EUA nas relações com a Rússia

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Publicado Terça, 11 de Dezembro de 2018 às 09:57, por: CdB

No entanto, os EUA não são capazes de colocar isso em prática, sobretudo devido ao fato de os norte-americanos ainda verem o mundo como viam na década de 1990, quando eram o único líder.

Por Redação, com Sputnik - de Washinton/Moscou

As atuais autoridades norte-americanas não têm experiência nem paciência para lidar com os países concorrentes, por isso a atual estratégia dos EUA em relação à Rússia não funciona, escreve o editor da revista The National Interest, Nikolas Gvosdev.
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Para lidar com a Rússia como um sério concorrente, há que entender como concorrer com ela, dado o tamanho de sua economia e capacidade militar
Segundo ele, em teoria, a política de Washington relativamente a Moscou deve se basear em dois princípios interligados: impedir ou reverter as ações da Rússia contra as quais existem objeções e, ao mesmo tempo, estabelecer contatos em busca de áreas de interesse mútuo. No entanto, os EUA não são capazes de colocar isso em prática, sobretudo devido ao fato de os norte-americanos ainda verem o mundo como viam na década de 1990, quando eram o único líder. Naquela época, nenhum país ou conjunto de países poderia impedir os Estados Unidos de seguir a sua linha no âmbito internacional. Em geral, os países concordavam com essa política ou praticamente não podiam se opor a nada, uma vez que não tinham força nem meios para confrontar as políticas dos norte-americanos, observa  Gvosdev. Agora o mundo está começando a "voltar ao normal" em termos das leis gerais da história humana. Os EUA continuam sendo a principal potência militar e econômica, mas atualmente há países que adquiriram a força e os meios para combater o domínio norte-americano e defender seus próprios interesses, ressalta o artigo. Mas, segundo o editor da publicação, o establishment político dos Estados Unidos não tem a experiência nem a paciência necessárias para lidar com esses países. Em particular, os EUA não entendem a diferença entre os termos "concorrente" e "inimigo", pois estão acostumados a colocar tudo junto, acreditando que qualquer fator de rivalidade é um sinal de hostilidade. Por causa disso há uma tensão cada vez maior nas relações com parceiros de longa data na Europa e na Ásia, enfatiza Gvosdev.

Os Estados Unidos precisam entender a diferença entre rivalidade e hostilidade nas relações com a Rússia. Se na década de 1990 os russos queriam se tornar parte do Ocidente, agora eles estão perseguindo sua própria política e se tornando concorrentes sérios para os norte-americanos, mas não inimigos.

Para lidar com a Rússia como um sério concorrente, há que entender como concorrer com ela, dado o tamanho de sua economia e capacidade militar. Gvosdev acrescenta que a Rússia mostrou claramente que, a curto e médio prazo, terá forças e recursos suficientes para enfrentar os Estados Unidos, o que não pode ser ignorado. O país é um dos poucos no mundo capazes de demonstrar sua força além de suas fronteiras, sendo quase igual aos Estados Unidos em termos de população, complexo industrial-militar e riqueza de recursos. Mesmo que venha a enfrentar problemas de longo prazo, a Rússia continuará sendo uma força importante na arena internacional. O editor da revista ressalta que os políticos norte-americanos precisam decidir qual o caminho estratégico a seguir. O primeiro é transformar um concorrente quase igual em um parceiro quase igual; o outro é transformar um concorrente quase igual (e inimigo em potencial) em um concorrente desigual. Mas não devemos esquecer que esses são caminhos completamente diversos e, na sua implementação, são necessárias diferentes abordagens com graus variáveis de recursos e riscos. Gvosdev conclui que convém lembrar que a Rússia é uma potência nuclear.
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