Militantes etíopes entram na periferia de Adis Abeba

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Publicado quarta-feira, 3 de novembro de 2021 as 13:28, por: CdB

 

A tensão começou a se agravar há exato um ano, quando o Exército iniciou uma ofensiva na região setentrional de Tigré, controlada pela TPLF, que foi dominante na política etíope até a ascensão de Ahmed, em 2018, e diz ter sido marginalizada pelo primeiro-ministro.

Por Redação, com ANSA – de Adis Abeba

Forças rebeldes na Etiópia entraram na periferia da capital Adis Abeba e podem tomar a cidade em questão de semanas.

Grupos se aliaram para derrubar o premiê Abiy Ahmed

A ofensiva é realizada pelo Exército de Libertação Oromo (OLA), guerrilha que pertence à mesma etnia do primeiro-ministro e vencedor do Nobel da Paz Abiy Ahmed, mas se aliou à Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF) na luta contra o governo central.

Segundo a CNN, os rebeldes já estão na periferia de Adis Abeba e aguardam “uma série de fatores” para decidir se avançam ou não, incluindo a posição dos Estados Unidos sobre o conflito. O enviado especial dos EUA para o Chifre da África, Jeffrey Feltman, deve chegar na Etiópia nesta quinta-feira.

O Exército de Libertação Oromo disse à AFP que a conquista da capital é “uma questão de meses, se não de semanas”, e que a queda de Ahmed é “inevitável”.

A TPLF já reivindicou recentemente a captura de duas cidades estratégicas, Dessie e Kombolcha, 400 quilômetros ao norte de Adis Abeba, prenunciando uma marcha rumo à capital.

O governo central desmente o avanço dos rebeldes, mas declarou estado de emergência em todo o país e instou os residentes de Adis Abeba a defender a cidade. O premiê acusa seus adversários de transformar a Etiópia em “uma Líbia ou uma Síria”, dois países que se fragmentaram por causa de guerras civis.

A tensão começou a se agravar há exato um ano, quando o Exército iniciou uma ofensiva na região setentrional de Tigré, controlada pela TPLF, que foi dominante na política etíope até a ascensão de Ahmed, em 2018, e diz ter sido marginalizada pelo primeiro-ministro.

A frente também é contra o acordo de paz com a Eritreia, que rendeu o Nobel da Paz a Ahmed. Os dois países passaram cerca de 20 anos em guerra pela posse da região de Badme, que faz fronteira com Tigré, mas firmaram um tratado de paz em 2018, após o premiê etíope aceitar retirar as tropas da área em disputa.

Ahmed havia prometido uma vitória rápida contra a TPLF, mas o grupo se reorganizou e passou a reconquistar territórios a partir de junho, chegando inclusive às regiões vizinhas de Afar e Amhara.

Já o OLA, que combatia o governo na região de Oromia, fechou uma aliança com o TPLF em agosto passado, o que, segundo analistas, pode indicar o caminho para uma possível secessão de Tigré, dessa forma, as duas etnias garantiriam plena autonomia.

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