Militares deveriam desembarcar do governo Bolsonaro, aponta pesquisa

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Publicado Segunda, 11 de Maio de 2020 às 11:24, por: CdB

As Forças Armadas divulgaram, na semana passada, nota oficial em que reforçam o compromisso da caserna com a democracia, sem contradizer, no entanto, as declarações de Bolsonaro.

Por Redação - de São Paulo
O número de brasileiros que acredita no declínio do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) tem aumentado, segundo aponta o instituto Big Data, até mesmo entre aqueles que apostavam no apoio incondicional das Forças Armadas ao presidente. Ao todo, segundo a pesquisa encomendada pelo diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo, 47% dos eleitores não acreditam que os militares apoiariam qualquer gesto ou ato do presidente que colocasse em risco a democracia.
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Mais brasileiros acreditam que é hora de deixar o mandatário neofascista Jair Bolsonaro sem o apoio dos militares
Outros 26%, segundo a pesquisa, avaliam porém que “o apoio dos militares a Bolsonaro é total e incondicional”. A pergunta fazia menção ao fato de Bolsonaro ter participado, no último dia 3, de atos que pregavam o fechamento do Congresso e do STF e intervenção militar, e ter declarado que não admitiria mais “interferência” dos demais Poderes em seu governo, para o que disse contar com aval dos militares.

Reserva

As Forças Armadas divulgaram, na semana passada, nota oficial em que reforçam o compromisso da caserna com a democracia, sem contradizer, no entanto, as declarações de Bolsonaro. Entre as várias frentes de crises no governo, esta é a que mais ameaça os militares, diante da ameaça do mandatário neofascista de trocar o comandante do Exército, Edson Pujol, contrariado pelo fato de o general ter dado seguidas declarações reconhecendo a gravidade da pandemia do novo coronavírus. O presidente chegou citar o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, para o comando do Exército, o que provocaria uma grave crise na Força, “uma vez que o vaivém de generais da ativa entre cargos de comando na hierarquia e outros de provimento político não é visto com bons olhos”, afirma o jornal. “Na formação do governo, os generais chegaram a pedir explicitamente a Bolsonaro que, uma vez designados para postos no governo, os generais passassem depois à reserva. Para conter o mal estar, o general Ramos usou o Twitter para chamar a possibilidade de troca de ‘ilação’, mas ela é confirmada por auxiliares do presidente em caráter reservado. O presidente mais de uma vez se queixou do fato de Pujou o ‘peitar’”, acrescenta.

Escolaridade

Ainda segundo o diário, “diante das investidas políticas de Bolsonaro, o apoio dos militares se torna uma variável mais delicada. (…) Para piorar o quadro, os ministros generais terão de depor no inquérito aberto para apurar acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. Na pesquisa do Ideia Big Data, o desgaste de Bolsonaro fica evidente: 41% defendem que os militares deixem de apoiar o presidente, contra apenas 32% que opinam que eles devem se manter no governo”. “Outros 27% não opinaram nesta questão. Esse desgaste é mais explícito entre os eleitores de alta renda e alta escolaridade. Entre os pesquisados com ensino superior, 51% defendem que os militares desembarquem da administração Bolsonaro. Mais da metade dos que recebem mais de 5 salários mínimos (50%) ou de 3 a 5 salários mínimos (53%) pensam da mesma forma”, revela a pesquisa. O estudo aponta, ainda, que o apoio do núcleo militar é percebido pela sociedade como “vital para o governo por 55% dos ouvidos: para 32% ele é muito importante, enquanto outros 23% o classificam como 5/11/2020 Para 41%, militares deveriam deixar de apoiar Bolsonaro”. Apenas 15% disseram aos pesquisadores que o aval das Forças Armadas “é pouco ou nada importante, mesmo percentual dos que dizem que esse endosso é indiferente”.
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