O ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, descartou na segunda-feira o uso de tropas das Forças Armadas para combater o crime organizado do Rio de Janeiro. Para ele, o principal ponto a ser atacado é o fim da corrupção policial no Estado.
``Uma das condições básicas para solucionar esse problema é combater a corrupção e a violência policial, não é de hoje que ouvimos histórias de conluio entre policiais e criminosos'', criticou o ministro em evento nesta segunda-feira no Rio de Janeiro.
Miranda afirmou que o envio de Forças Armadas já se mostrou ineficaz no passado, devido ao despreparo dos militares para o trato de problemas cotidianos da sociedade. Disse também que o governo federal tem outras maneiras de apoiar os Estados, como o Sistema Ûnico de Segurança.
``Estamos implantando o Sistema Ûnico de Segurança, mas não vamos repassar dinheiro para ser desperdiçado, o governo (estadual) tem que atender condições básicas, e uma delas é o combate à corrupção policial'', declarou.
O ministro disse estar preocupado com as denúncias de mortes de civis provocadas por policiais, mas ressaltou que o controle da segurança pública é do governo estadual.
``Nosso papel é ajudar, mas o poder para enfrentar a violência é do governo estadual'', afirmou.
Desde sexta feira, traficantes estão em confronto nas favelas do Vidigal e da Rocinha no Rio. Nove pessoas morreram desde o início do conflito.
Nesta segunda-feira, mais de 1.200 policiais civis e militares participam de uma operação policial especial nas favelas da zona sul da cidade.