O ministro representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que se recupera de cirurgia – na abertura do congresso, que vai até domingo. Ele destacou o esforço de retomada após o que chamou de governos “golpista” (Michel Temer) e “das trevas” (Jair Bolsonaro).
Por Redação, com BdF – de São Paulo
O conflito no Oriente Médio foi um dos principais temas da mesa de abertura do 14º Congresso Nacional da CUT, em curso na capital paulista. Foram repetidos apelos por cessar-fogo e pela formação de um corredor humanitário na Faixa de Gaza. A posição brasileira no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), rejeitada apenas por parte dos Estados Unidos, que tem poder de veto, foi comentada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante o encontro.
— Esses organismos internacionais precisam mudar, precisam se democratizar. A paz se conquista com diálogo, com entendimento, com construção — afirmou.
Estrutura
O ministro representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que se recupera de cirurgia – na abertura do congresso, que vai até domingo. Ele destacou o esforço de retomada após o que chamou de governos “golpista” (Michel Temer) e “das trevas” (Jair Bolsonaro).
— Estamos procurando reconstruir as políticas públicas, a política de preservação ambiental e a defesa da vida — pontuou Marinho, aos quase 2 mil delegados.
Pouco antes da sessão de abertura, o ministro reuniu-se, em separado, com delegados internacionais para um balanço de ações do governo. Ele citou, por exemplo, a lei de paridade salarial entre homens e mulheres que exerçam a mesma função. Ao plenário, lembrou que de janeiro a agosto o país abriu quase 1,4 milhão de empregos com carteira assinada e deve fechar o ano com saldo de 2 milhões.
Marinho tratou, ainda, do andamento dos grupos de trabalho tripartite (governo, empresários e trabalhadores) sobre diversos temas, como o da valorização da negociação coletiva e estrutura sindical. A expectativa é concluir o debate até o mês que vem.
Impasse
O ministro reafirmou que o acordo envolvendo o trabalho por aplicativos está praticamente pronto.
— A negociação está consolidada. Estamos negociando a redação — informou.
Esse entendimento refere-se ao transporte de passageiros (Uber, 99). Já o transporte de mercadorias (como iFood) enfrenta impasse. Segundo ele, as empresas afirmam que não poderiam pagar o que se propôs porque inviabilizaria o “modelo de negócio”. Marinho voltou a comparar o modelo atual com exploração e trabalho análogo à escravidão.
Assim, o governo deverá encaminhar dois projetos de regulação ao Congresso: sobre transporte de quatro rodas (pessoas) e duas rodas (mercadorias), mas apenas um de consenso. Em outra frente, o Executivo discute a regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre negociação coletiva no setor público.