Os 56 monarquistas iranianos que passaram a noite ocupando um avião da Lufthansa em Bruxelas foram retirados pacificamente pela polícia belga na manhã desta sexta-feira.
O grupo desarmado, formado por homens, mulheres e três crianças, passou 16 horas dentro do Boeing 737 que vinha de Frankfurt, em protesto contra o governo islâmico do Irã. “O avião agora está vazio.
Não houve violência alguma”, disse o porta-voz policial Olivier Vincent, acrescentando que os manifestantes serão colocados em “prisão administrativa”, o que significa que serão liberados rapidamente.
Uma pessoa foi retirada à força do avião ao final do protesto e outra teve de ser atendida por médicos porque desmaiou ao desembarcar. Vários veículos da tropa de choque se posicionaram em torno do avião.
– Queremos que a União Européia remova os líderes islâmicos do Irã. Queremos remover os mulás do poder – disse um dos manifestantes, durante o protesto.
Atshgar disse ser membro do Anjoman Padeshahi, um grupo que defende a restauração da monarquia, derrubada em 1979 pela Revolução Islâmica.
Por meio de um celular, um funcionário da chancelaria belga prometeu aos manifestantes que eles seriam liberados se aceitassem deixar o avião, mas que do contrário poderiam ser presos.
Uma porta-voz da polícia disse que os manifestantes tinham passaportes europeus, exceto dois com documentos norte-americanos, mas que provavelmente todos eram de origem iraniana.
O avião havia pousado no aeroporto Zaventem, de Bruxelas, às 14h (10h em Brasília) de quinta-feira, com 103 passageiros a bordo. Todos os tripulantes e 44 passageiros foram autorizados a desembarcar.
– Assim que soubemos que havia um problema um dos nossos oficiais entrou e logo ficou bem claro que eles eram muito pacíficos. Não eram de forma alguma o tipo de pessoas que queriam ser violentas – disse a policial Els Cleemput.
Ela afirmou que às 3h30 (23h30 em Brasília) os manifestantes receberam um ultimato por escrito, alertando-os de que seriam presos se não saíssem imediatamente. Eles se recusaram, e o avião foi rebocado da porta de desembarque para uma área afastada das câmeras. Policiais entraram no Boeing para tentar dissuadir os manifestantes.
– Houve só uma pessoa que resistiu, e tivemos de retirá-la do avião.Uma pessoa desmaiou ao descer as escadas, mas tínhamos um médico por lá – disse Cleemput.
Atshgar, que disse ter cidadania belga, havia dito que o grupo não deixaria o avião sem falar com um membro do Parlamento Europeu.
– Queremos dizer a todos os líderes mundiais, especialmente aos da União Européia, Bélgica, França, Grã-Bretanha, Alemanha e Holanda: ‘Tirem suas mãos e parem de apoiar este regime islâmico, retirando-o do Irã – disse Atshgar.
A União Européia está negociando com o Irã para que a República Islâmica abandone atividades que possam levar à produção de armas nucleares, em troca de benefícios comerciais e de segurança.