Duzentos moradores de Angra dos Reis, no litoral sul fluminense, participaram, nesta quinta-feira, como voluntários, da simulação de um acidente radioativo na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), onde ficam as usinas de Angra 1 e Angra 2, controladas pela Eletronuclear.
A simulação ocorre no reator de Angra 1 e envolve no total 600 pessoas, entre eles representantes do Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Militar, Comissão Nacional de Energia Nuclear, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Rodoviária Federal e prefeitura de Angra.
O simulado sobre liberação de radiação inclui monitoramento radiológico aéreo com a participação de helicópteros, transporte de acidentados em embarcações, retirada de pessoas, medição da radioatividade na região e monitoramento dos efeitos da radiação na população civil.
Durante os exercícios, que foram realizados até as 17 horas, os voluntários residentes nas proximidades das usinas, num raio de cinco quilômetros, serão levados por algumas horas para abrigos em escolas estaduais e municipais e no Colégio Naval de Angra dos Reis.
O exercício está sendo coordenado pelo Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, e tem o objetivo de avaliar e aperfeiçoar o Plano de Emergência elaborado para a central nuclear.
O assessor do ministério no Sipron, coronel Saul Zardo Filho, explicou que essas operações sempre revelam um ponto do planejamento que pode ser aperfeiçoado.
Citou como exemplo a identificação, no exercício de 2003, de uma falha de comunicação entre os órgãos que participam do Plano de Emergência.
– Parecia uma coisa simples, mas não foi. Tivemos que trabalhar duro para conseguir uma simplicidade, onde todos pudessem falar de forma prática e exeqüível – explicou o assessor do Sipron.
Saul Zardo Filho informou que na sexta-feira será feita uma avaliação sobre o exercício e o que tiver de ser mudado nas ações de emergência será estudado nos próximos meses.