Sem infraestrutura para abrigar a intensa programação cultural, sobram problemas e reclamações dos moradores de Santa Teresa.
Por Redação - do Rio de Janeiro
A intensa programação de eventos na bucólica Santa Teresa, no Centro do Rio, neste fim de semana, mobilizou centenas de cariocas. Mas incomodou um número semelhante de moradores do bairro.
Sem infraestrutura suficiente para abrigar a programação cultural alternativa, sobram problemas como lixo pelas ruas e as reclamações dos vizinhos. Sem contar a insegurança, registrada no alto número de assaltos na região.
Largo das Neves
Um dos moradores, que prefere não se identificar, está revoltado com a ausência de fiscalização pública.
— Depois que a Lapa virou aquele inferno, com assaltos e mortes, estão querendo fazer o mesmo aqui, no Largo das Neves — afirmou. Ele é um dos signatários de um abaixo-assinado que será entregue ao prefeito Marcelo Crivella.
Neste mesmo Largo das Neves, neste sábado, houve as apresentações de Orquestra Callejera Bailable, vinda diretamente de Buenos Aires; e das bandas Bate e Sopra, Crispy Rio Brass Band; Damas de Ferro, Metais Pesados e Minor Mishap.
Para completar, um cortejo com Bloco das Tubas, Bésame Mucho e Unidos do Swing até o Largo São Francisco de Paula. O batuque seguiu animado até altas horas. Mas, na manhã deste domingo, as redes sociais abrigaram até pedidos de socorro dos moradores.
Assaltantes
Um deles é da moradora Isabelle Cabral Campos. Em uma página do Facebook, ela afirma que “os moradores estão exaustos com tanto barulho, sujeira e falta de respeito”. Campos nota, ainda, que são “frequentes festas de aniversário na praça. Nada contra alegria e musica, mas é bom lembrar que nesse lugar moram pessoas, que deveriam ser respeitadas”.
Outro morador do bairro, o jornalista Romildo Guerrante deixou seu comentário sobre a insegurança em Santa Teresa.
“Roubar pedestres em Santa Teresa está mais fácil que tomar picolé da boca de criança”, afirma. Ele relata que circula pelo bairro “um Honda branco com cinco bandidos (não uso o tratamento de "suspeitos" para quem assalta) subiu a Rua Monte Alegre. Seus ocupantes foram assaltando pelo caminho os pedestres que encontravam”.
Bandidos
“Saltavam três, armados de pistolas, e iam limpando as pessoas. A 200 metros da minha casa, atacaram um grupo que conversava em frente à Igreja Ortodoxa. Um porteiro de prédio, que foi assaltado há um mês, perdeu outro celular. Devo ter cruzado com os bandidos (sim, bandidos) porque esse porteiro me viu chegando da caminhada habitual logo em seguida”.
“Subiram a rua e foram em direção ao Largo das Neves. Em frente à padaria da Rua do Oriente assaltaram três moças. E tocaram o barco. Devem ter feito muitos ‘ganhos’ pelo caminho”.
“Tenho dúvidas se alguém registrou queixa. Como a polícia civil vive enjaulada nas delegacias desde que a PM assumiu as ruas, com o Ai-5, em 1968; a PM faz ‘visibilidade’, com viaturas estacionadas em pontos ‘estratégicos’; e a Guarda Civil faz ponto diariamente no Largo do Guimarães, com todo mundo consultando os aparelhos celulares. O bairro está uma festa para os bandidos. Bandidos, insisto. Não há suspeitos na parada”.