Moro entra no Podemos e recebe enxurrada de críticas nas redes sociais

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Publicado Quarta, 10 de Novembro de 2021 às 12:33, por: CdB

Moro defendeu a Operação Lava Jato, mesmo após a decisão do Supremo Tribunal Federa (STF) de que houve parcialidade do magistrado no julgamento contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-juiz também tentou se descolar da figura de Jair Bolsonaro (sem partido), de quem foi ministro da Justiça e Segurança Pública.

Por Redação, com RBA - de São Paulo
O ex-juiz federal Sergio Moro anunciou, nesta quarta-feira, sua filiação ao Podemos. Durante o anúncio, ele fez um discurso como presidenciável e foi alvo de críticas, nas redes sociais, por contradições em relação a seu próprio histórico.
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Sergio Moro decidiu que será candidato a presidente e não vai tentar uma vaga ao Senado
Moro defendeu a Operação Lava Jato, mesmo após a decisão do Supremo Tribunal Federa (STF) de que houve parcialidade do magistrado no julgamento contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-juiz também tentou se descolar da figura de Jair Bolsonaro (sem partido), de quem foi ministro da Justiça e Segurança Pública. O ato de filiação foi realizado no centro de convenções Ulysses Guimarães, e contou a presença de governistas e representantes da direita tradicional. Ao lado do ex-juiz, estava o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), o pré-candidato à Presidência Luiz Henrique Mandetta (DEM), o general Santos Cruz, e membros do Movimento Brasil Livre (MBL), como os deputados federal Kim Kataguiri (DEM-SP) e estadual Arthur do Val (Patriota-SP).

Hipocrisia

Há alguns anos, Moro afirmou que não participaria diretamente da política. Entretanto, em 2018, foi ministro do governo Bolsonaro e, agora, se lança como pré-candidato à Presidência. Embora seja oficialmente um político, o ex-juiz usou seu discurso para se colocar como “antipolítico”. — Estou vendo aqui o discurso de filiação do Moro. Aquele desfile de clichês sobre a ‘corrupção’, mais defesa da Lava Jato misturado com os clichês da política de sempre, com um forte tom de antipolítica. É o Bolsonaro de 2018 versão 2.0: 1. Aponta o grande problema (o sistema como um todo); 2. Não se coloca como político (mesmo sendo político, agora filiado) Mais uma vez teremos um ‘outsider’, como Bolsonaro se vendeu em 2018 — criticou o jornalista Leandro Demori, do site norte-americano de notícias The Intercept. Outra fala de Sergio Moro questionada nas redes foi a “defesa da liberdade de imprensa”, momento em que criticou Jair Bolsonaro por atacar jornalistas. — Moro disse ‘chega de intimidar jornalistas’, ele mesmo que chamou todos os jornalistas do Intercept, da Folha, da Veja, da Pública e do El País que fizeram a Vaza Jato como ‘aliados de hackers criminosos’. Hipócrita — classificou Demori.

Anti-Bolsonaro

O antropólogo Orlando Calheiros afirmou que o discurso de Sergio Moro foi ruim e que foi possível “encontrar alguém que discursa pior que o Bolsonaro”. — Bicho, como já teve gente que já achou esse homem inteligente? Pelamor… Moro tá realmente se colocando como um candidato anti-bolsonarismo, Um projeto alternativo para a extrema direita — afirmou. A jornalista do Uol Juliana Del Piva relembrou de outra contradição do ex-juiz, ao se colocar contra a “rachadinha”, durante o discurso. — Moro ficou no governo até abril do ano passado, pouco antes de Queiroz ser preso e quando já era de conhecimento público boa parte das informações sobre as provas contra o senador Flávio e Queiroz — pontuou. O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) também pontuou que a filiação de Sergio Moro teria como objetivo limpar a própria imagem, após as anulações de processos da Lava Jato. — Moro e seu colega Deltan Dallagnol tentam escapar da lata de lixo da história agarrando-se a uma possível carreira política em um partido com notórios corruptos. São novidades pretéritas, vendidas como novas, à moda do capitão de milícias — concluiu.
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