Khieu Ponnary, esposa do líder do Khmer Vermelho, Pol Pot, e um dos membros históricos do grupo maoísta que regeu o Camboja de 1975 a 1979, morreu nesta terça-feira por causa de um câncer, aos 83 anos, confirmaram, nesta quarta-feira, fontes oficiais.
Khieu Ponnary morreu em sua casa em Pailin, no norte do país e próxima à fronteira tailandesa, e seus restos serão incinerados na próxima quinta-feira, declarou o subgobernador da localidade e sobrinho de Ponnary, Ieng Vuth.
– É uma grande perda para nossa família e pedimos às pessoas que a conheceram, que compareçam às honras fúnebres – disse Ieng Vuth.
A falecida, chamada de a “mãe da Revolução do Khmer Vermelho” em 1978, foi cunhada do “irmão número três”, Ieng Sary, um dos líderes do regime do Khmer Vermelho que está à espera de um julgamento por genocídio e crimes contra a humanidade.
Em 1972, Pol Pot nomeou Khieu Ponnary presidenta da Associação de Mulheres da Kampuchea Democrática para que se encarregasse da propaganda e da educação do movimento, mas em 1975, quando o Khmer Vermelho chegou ao poder e impôs um regime extremista no país, ela sofreu uma doença mental.
Pol Pot, que se casou com Khieu Ponnary em 1956, voltou a casar-se em 1985 e acredita-se que sua segunda mulher comparecerá ao enterro, disse Ieng Vuth.
Pol Pot morreu de malária aos 70 anos, em abril de 1998, na selva cambojana, aos arredores de Anlong Veng, última fortificação do Khmer Vermelho.
Quase dois milhões de pessoas morreram de fome, de outras doenças e das atrocidades cometidas pelo Khmer Vermelho durante seus quatro anos de regime.