Mourão coloca mandatário em saia justa na crise militar da Ucrânia

Arquivado em:
Publicado Quinta, 24 de Fevereiro de 2022 às 12:52, por: CdB

O líder russo Vladimir Putin anunciou, nesta quinta-feira, em seu segundo discurso à nação nesta semana, que em resposta ao pedido dos líderes das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) e no âmbito do cumprimento dos acordos sobre amizade e cooperação, ele tomou a decisão de realizar a operação especial militar.

Por Redação - de Brasília

Vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão disse nesta quinta-feira que seria "difícil" o Brasil reconhecer a independência das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk. E chegou a ser incisivo ao afirmar, claramente, que o país "não está neutro" e que "não apoia a invasão da Ucrânia”.
mourao.jpg
Mourão disse que não comenta as declarações de Bolsonaro sobre a guerra na Ucrânia
— O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade — afirmou Mourão, a jornalistas.

Sem comentários

Jornalistas que esperavam o vice-presidente na entrada do Palácio do Planalto perguntaram como ele avalia a ação russa. Mourão respondeu que observava como uma “tragédia". — A gente tem que olhar sempre a história. A história ela ora se repete como farsa, ora se repete como tragédia. Nesse caso ela está se repetindo como tragédia — afirmou. Indagado sobre a recente viagem de Bolsonaro a Moscou, quando o presidente disse ser solidário ao país e que Putin buscava a paz, Mourão não quis comentar.

Crise ucraniana

Até agora, o presidente, Jair Bolsonaro (PL), não se pronunciou sobre o assunto, e as declarações acerca da situação vêm acontecendo através de Mourão. Nesta manhã, Bolsonaro discursou em um evento em São José do Rio Preto (SP), mas não fez nenhuma menção à crise ucraniana. Já o Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota sobre a situação nesta quinta-feira, e apelou para uma "solução diplomática da crise com base nos Acordos de Minsk", levando em consideração a segurança de toda as partes envolvidas e proteção da população civil. "Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias", diz a nota do MRE do Brasil.

Infraestruturas

Apesar da fala de Mourão ter a palavra "invasão", o presidente russo, Vladimir Putin, destacou nesta manhã que a ocupação do território ucraniano não está nos planos da Rússia. O líder russo também anunciou nesta quinta-feira, em seu segundo discurso à nação nesta semana, que em resposta ao pedido dos líderes das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) e no âmbito do cumprimento dos acordos sobre amizade e cooperação, ele tomou a decisão de realizar a operação especial militar. Segundo informou o Ministério da Defesa da Rússia, as armas de alta precisão russas estão destruindo infraestruturas militares da Ucrânia, bases aéreas, aviação e meios de defesa aérea, mas não estão sendo realizados ataque contra cidades ucranianas e não há ameaça para a população civil. Putin também destacou em sua fala que toda a responsabilidade sobre o possível derramamento de sangue será completamente do regime do território ucraniano.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo