Mourão, com transferência requerida, aguarda convite de Bolsonaro

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Publicado Terça, 12 de Dezembro de 2017 às 14:49, por: CdB

Segundo declarou Mourão, ele passará para a reserva, em 31 de março de 2018, e tende a integrar o movimento político de ultradireita que sustenta a campanha de Bolsonaro.

 

Por Redação - de Brasília

 

Prestes a integrar a reserva das Forças Armadas, o general Antônio Hamilton Mourão — protagonista de uma ameaça ao Estado democrático e de Direito — está pronto a assumir suas funções de adido na Secretaria-Geral do Exército. O posto, meramente decorativo, tende a ser exercido até Março do ano que vem, quando o militar retira-se da ativa. Uma fez afastado da caserna, tende a ser candidato a vice-presidente na chapa de ultradireita encabeçada pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

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O general Mourão poderá ser vice na chapa de Bolsonaro

A decisão partiu do general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército. Longe de ser uma promoção, a determinação foi uma resposta à nova declaração de Mourão sobre intervenção militar. A segunda, em três meses. Não bastasse o desafio à ordem institucional, Mourão reafirmou a possibilidade de ação das Forças Armadas; caso haja situação de 'caos' no país.

O general, em setembro, falou sobre uma possível intervenção militar; caso o Judiciário não conseguisse resolver 'o problema político'. Agora, criticou o governo Michel Temer, dizendo que se mantém mediante 'balcão de negócios'. Com a decisão de Villas Bôas, o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, atual adido no Estado-Maior do Exército, assume a função antes ocupada por Mourão.

‘Saneyzação’

O general dissidente, desta vez, falou em palestra no Clube do Exército, em Brasília; a pedido do grupo Ternuma - ou Terrorismo Nunca Mais. Ele afirmou que as Forças Armadas poderiam ter papel de 'elemento moderador e pacificador’; agindo 'dentro da legalidade' caso se instalasse o caos no país.

— E o que a gente chama de caos? Não houver mais um ordenamento correto, as forças institucionais não se entenderem, terá que haver um elemento moderador e pacificador nesse momento — definiu.

Mas o general foi adiante. Afirmou que hoje vivemos a famosa 'Sarneyzação’; com o governo Michel Temer indo aos trancos e barrancos. Equilibrando-se mediante o 'balcão de negócios' para chegar ao fim do mandato. O general Villas Bôas apresentou a proposta de movimentação do general Mourão ao ministro da Defesa, Raul Jungmann. A palavra final é do presidente de facto, Michel Temer.

Bons olhos

Uma vez confirmada, como será, segundo fonte ouvida pela reportagem do Correio do Brasil, este será a segundo posto de Mourão após declarações contrastantes com a régua militar. A anterior foi em 2015, quando foi exonerado do Comando Militar do Sul, em Porto Alegre. Ele foi encaminhado para a Secretaria em que permanece por mais alguns dias; após críticas ao governo de Dilma Rousseff.

Segundo declarou Mourão, ele passará para a reserva, em 31 de março de 2018, e tende a integrar o movimento político de ultradireita que sustenta a campanha de Bolsonaro. Mourão deverá se mudar para o Rio de Janeiro. Quanto aos pedidos para que se candidate, o general respondeu que 'não há portas fechadas na minha vida'.

Além de criticar os governos de Lula e Dilma, o general Mourão falou que as Forças Armadas veem com 'bons olhos' a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) a presidente da República.

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