Casos de Kalley Damares e de Sônia Matos reforçam a necessidade da prevenção e diagnóstico precoce.
Por Redação, com ACS - de Brasília
Diante do medo ao receber um resultado positivo de câncer, a batalha contra a doença pode parecer assustadora. Aos 37 anos, a farmacêutica Kalley Damares Freitas de Teixeira foi diagnosticada com câncer de mama. Para atenuar a dor, o remédio foi o amor da família e dos amigos. A vontade de viver falou mais alto e a corrida pela vida se tornou uma meta diária.
Desafios
– O tratamento oncológico foi um clique, foi uma virada de chave na minha vida. (...). Com o tratamento, eu ressignifiquei meu estilo de vida, meus hábitos. Hoje tenho hábitos alimentares e de atividade física. Tudo que faço é voltado para trazer saúde para o meu corpo, para o meu organismo – afirmou. Pessoas que passaram por procedimentos, como a Kalley, ou cujos tratamentos provocaram disfunções orgânicas enfrentam desafios cotidianos. O diagnóstico e o tratamento para combater o câncer geram um estresse emocional muitas vezes transformador. No entanto, ela ressalta a importância de se manter confiante. “É possível ter vida durante o tratamento oncológico e vida após o tratamento oncológico. É isso que eu vivo, é isso que eu vivi durante o tratamento. Hoje eu sou muito mais feliz que antes”, contou.Doença silenciosa
Um desconforto na mama, causado por um nódulo do tamanho de uma bolinha de gude, levou Sônia Matos a procurar um especialista, que solicitou exames de mamografia, ecografia mamária e a punção. Em 2016, aos 47 anos, recebeu o diagnóstico. "Passou um filme na cabeça. Pensei no filho, nos pais, no esposo. Pensei no que poderia acontecer dali para frente. Mas saí do consultório com o esposo, confiante e bem tranquila", afirmou. Sônia fez a cirurgia de retirada de nódulo; em seguida, a colocação da prótese. Não precisou fazer quimioterapia e nem radioterapia. Hoje usa medicamento oral, que deve finalizar após cinco anos. "Com apenas 30 dias, voltei à vida cotidiana. Ou seja, ao trabalho e aos estudos. Tenho uma vida normal. Tive apenas que mudar alguns hábitos alimentares, como retirada de açúcar, menos carne vermelha, mais frutas e verduras, além da inclusão da atividade física na rotina", contou.Tratamento oncológico
Em caso de mastectomia, desde 2013, o Sistema Único de Saúde (SUS) faz a cirurgia plástica reparadora da mama logo após a retirada do câncer. Se a reconstrução não puder acontecer imediatamente, a paciente deve ser encaminhada para acompanhamento clínico, conforme determina a Lei 12.802/2013.
Todos os tratamentos estão disponíveis na rede pública. Conforme o tipo do tumor, o tamanho e alguns detalhamentos que vêm na biópsia é que os médicos avaliam as modalidades para a paciente. “As situações são avaliadas caso a caso. Cada modalidade de tratamento depende de como a gente encontra a paciente no diagnóstico inicial”, ponderou a médica-cirurgiã oncológica Viviane Rezende de Oliveira, responsável pela parte da mastologia e câncer ginecológico no Instituto do Câncer de Brasília e no Hospital Universitário (HUB).