Mulheres com carreiras profissionais têm uma possibilidade 50% maior do que as mulheres sem qualificação profissional de morrer de câncer de mama, segundo estatísticas do governo britânico.
Os dados contrastam com pesquisa anterior do Departamento Nacional de Estatísticas que mostrava que há 15 anos mulheres sem qualificação profissional tinham maior probabilidade de morrer vítimas da doença.
Segundo especialistas, as mulheres com carreira estão mais ameaçadas pelo câncer de mama por causa de fatores como ter menos filhos e mais tarde.
Mas os autores da pesquisa destacam que uma maior assestência médica no tratamento de câncer está beneficiando mulheres de todas as classes sociais.
A cada ano, mais de 40 mil mulheres recebem o diagnóstico de câncer de mama na Grã-Bretanha. Cerca de 13 mil morrem vítimas da doença.
Tratamento
As estatísticas oficiais britânicas mostram que de 1997 a 99, as mulheres em classes sociais mais altas tinham uma probabilidade de 54% de morrer de câncer de mama do que as mulheres nas classes sociais mais baixas.
Essa é a tendência inversa à verificada de 1986 a 92, quando mulheres sem qualificação profissional tinham uma probabilidade 13% maior de morrer da doença.
A mudança se deve à melhoria da assistência médica ligada ao câncer, que beneficiou mais as mulheres das classes mais baixas, dizem especialistas em oncologia.
Mulheres com carreiras profissionais estarão em uma posição mais favorável para auferirem benefícios em assistência médica nas décadas de 80 e 90.
Mas quando essa assistência foi ampliada para servir a mulheres nas classes mais baixas, a taxa de mortalidade desse grupo foi reduzida, fazendo diminuir a discrepância entre os dois segmentos sociais.
– Tradicionalmente as mulheres com carreira estão expostas a maiores riscos porque têm menos filhos e mais tarde na vida – disse Valerie Beral, da Unidade de Epidemiologia da Pesquisa do Câncer da Grã-Bretanha, em Oxford.
“Mas elas também estão melhor colocadas para se beneficiarem de tratamentos que aumentaram as chances de sobrevivência nas décadas de 80 e 90”.
– Como resultado, a taxa de mortalidade para mulheres nas classes sociais mais baixas eram piores até que elas também começaram a se beneficiar dos mesmos tratamentos – disse Beral.
As estatísticas oficiais britânicas também msotraram grande diminuição na ocorrência de mortes provocadas por doenças respiratórias e cardiovasculares nas classes sociais mais altas, mas não nas mais baixas.