R$ 2.292.334.226,05: este é o valor acumulado das multas aplicadas pelo Procon do Rio de Janeiro, ao longo de 2005, resultado da sua atuação como órgão responsável pela promoção da harmonia nas relações de consumo e desenvolvimento de um mercado sadio no estado. As multas, que variam de 200 a três milhões de UFIRs, são aplicadas apenas quando comprovada a lesão do direito do consumidor e quando não é possível o entendimento entre as partes, através de um acordo. De 9 de dezembro de 2004 a 8 de dezembro de 2005 foram registradas pelo Procon 31.717 reclamações, contra 37.478 do ano passado.
De acordo com o secretário de Defesa do Consumidor, Sergio Zveiter, a redução do volume de queixas, da ordem de 15,37%, pode ser um indício de que as empresas passaram a respeitar mais o consumidor. Outra possibilidade, na opinião do secretário, é que as pessoas estão procurando outros órgãos de defesa do consumidor e se dirigindo diretamente aos Juizados Especiais.Sérgio Zveiter comemora um fato inédito na história do Procon do Rio de Janeiro: está fechando o ano de 2005 sem deixar nenhuma reclamação de consumidor sem encaminhamento, gerando processo ou possibilitando o fechamento de acordo entre as partes. Ao assumir o cargo em 2003 o secretário encontrou no Procon nada menos que 99.700 processos parados, sem nenhum andamento. Zerar todas as pendências permitirá ao Procon iniciar 2006 dentro de um novo contexto: a partir de janeiro, o Procon do Rio passará a integrar o Sindec (Sistema Nacional de Defesa do Consumidor). O Sindec, vinculado ao Departamento Nacional de Proteção e Defesa do Consumidor, órgão do Ministério da Justiça, é um software que tem por objetivo unir em rede as bases de dados utilizadas pelos Procons de todo o país.
Pelo nono ano consecutivo, as operadoras de telefonia fixa e móvel ocuparam o topo da lista das 10 empresas mais reclamadas. Coube à Telemar a posição de líder do ranking, com um total de 2.198 queixas e maior valor de multas aplicadas . As reclamações mais freqüentes são sobre ligações não reconhecidas, pulsos excedentes não discriminados e atrasos no fornecimento de serviços. Também foi registrado grande número de pedidos de parcelamentos de dívidas. A vice-liderança do ranking ficou com a Claro, alvo de 2.036 reclamações. Nesse caso, os principais motivos de queixa foram demora no envio de contas e cobrança de serviços não autorizados pelos clientes. Outra empresa de telefonia móvel, a Vivo, figurou em terceiro lugar na lista das mais reclamadas, com 1.895 reclamações. Os clientes da Vivo se queixaram principalmente do não cumprimento de promoções veiculadas na mídia e Internet (propaganda enganosa), ligações não reconhecidas e desligamento de linhas.
Além das empresas de telefonia, ocupam os primeiros lugares entre as empresas mais reclamadas as instituições financeiras Credicard, Fininvest e Cartão Unibanco, além da estatal Cedae, prestadora de serviço da água e esgoto. Do total de reclamações, a grande maioria (14.938) resultou em acordos entre as partes e 7.835 em litígio; 1.933 audiências foram adiadas; em outras 3.477 os fornecedores dos serviços ou produtos não apareceram; e em 3.434 quem não apareceu foram os consumidores.