Nanicos anunciam apoio à candidatura da presidenta Dilma Rousseff

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Publicado quarta-feira, 21 de maio de 2014 as 15:27, por: CdB
Dilma e o senador petebista Ciro Nogueira (PI), posam para foto com o Palácio da Alvorada ao fundo
Dilma e o senador petebista Ciro Nogueira (PI), posam para foto com o Palácio da Alvorada ao fundo

O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que governou o Brasil na era Getúlio Vargas, oficializou nesta quarta-feira o apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Em 2010, quando Dilma se elegeu presidente, o PTB apoiou a candidatura de José Serra, do PSDB, mas logo após o início do governo passou a integrar a base aliada da petista no Congresso.

O partido contribuirá também com cerca de um minuto para propaganda eleitoral de rádio e TV de Dilma. O PTB tem 19 deputados e seis senadores. O principal líder da legenda, hoje nanica, mas outrora poderosa campeã de votos em todo o país, é o ex-deputado Roberto Jefferson, delator do escândalo do ‘mensalão’ e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal que analisou o caso, atualmente preso em Niterói.

Dilma agradeceu o apoio e lembrou que o partido é o símbolo do projeto político do ex-presidente Getúlio Vargas.

– Sem sombra nenhuma de dúvida, Getúlio Vargas é um dos fundadores do Brasil moderno. Mesmo os que querem virar a página do Getúlio não conseguirão porque ele integra a página do Brasil moderno – afirmou.

Presença do PTB

Dilma elogiou, ainda, a presença da legenda em sua base de apoio ao governo.

– É inequívoca a herança que o PTB carrega e tê-lo na minha coligação, como suporte do meu governo, é algo fundamental – disse.

Ao relembrar a fundação do partido e a busca do país por garantias trabalhistas, Dilma disse que “geralmente o povo sabe o que está em jogo”. A presidenta destacou, ainda, as conquistas sociais do país nos últimos anos e afirmou que a população ascendeu economicamente em um processo que a elevou para as camadas superiores “como uma onda”.

– Todos cresceram, os pobres cresceram mais – disse a presidenta.

Ao comentar o ano eleitoral, Dilma cobrou maturidade dos partidos políticos na composição de palanques estaduais, afirmando que o país precisa de alianças maduras e uma reforma política. Ela ainda aplaudiu a candidatura do senador Armando Monteiro (PTB-PE) em Pernambuco, reduto eleitoral do ex-aliado Eduardo Campos (PSB), pré-candidato à Presidência.

– Considero fundamental a eleição do Armando Monteiro em Pernambuco. Ele pode contar, e ele sabe disso, com todos nós porque ele representa um projeto muito adequado para o Estado. A nós interessa que o PTB tenha uma bancada forte no plano federal e tenha um Senado forte. E nós estaremos atentos para dar um suporte para que isso aconteça – afirmou.

Os próximos

Entre os demais naincos, a cúpula do PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, também espera ser recebida em breve pela presidente Dilma para uma conversa política. O PP, do senador Ciro Nogueira (PI), prepara para a próxima semana um ato político para anunciar o apoio formal da legenda à candidatura de Dilma à reeleição, em uma tentativa da direção partidária de minimizar embates internos em defesa da neutralidade do partido para a sucessão presidencial.

Para fechar a coligação governista falta apenas a definição do PR. O partido divide-se entre a direita, com o pré-candidato Aécio Neves (PSDB-MG) , a quem o líder na Câmara, Bernardo Santana, é muito ligado, e a candidatura de Dilma Rousseff. Ele tentou anunciar, no início do mês, a independência do partido, mas precisou recuar, por não contar com a maioria dentro da própria legenda.

Ainda assim, Santana continua ativo e especula-se que ele tenha alguma ascendência sobre o ex-presidente Valdemar Costa Neto. Sobretudo, depois de ter contribuído financeiramente para Valdemar pagar multa milionária, fixada pelo STF, por também ter sido condenado no processo do ‘mensalão’.