Nenhum dado positivo para a economia, constata o Dieese

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Publicado Segunda, 14 de Maio de 2018 às 14:20, por: CdB

De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, “não adianta o governo e a imprensa tentarem fazer malabarismos com os números para passar uma falsa sensação de melhora da economia se o povo sente no bolso que tudo piorou”.

 

Por Redação - de São Paulo

O boletim de conjuntura do Dieese de maio deste ano, divulgado nesta segunda-feira, mostra que “não há um indicador econômico, sequer, que aponte para algo positivo”. As baixas taxas inflacionárias, longe de representar o sucesso da política econômica, “significam o fracasso da retomada do crescimento”, constata o relatório.

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Vagner Freitas foi reeleito para mais um mandato à frente da CUT

Ainda de acordo com o boletim, a taxa de inflação inferior à meta estipulada pelo governo é consequência direta de uma das mais drásticas depressões da história do país; que fez com que o PIB acumulasse uma queda de quase 7% entre 2015 e 2016. Além do pífio crescimento de 1% em 2017, a perspectiva é de que a economia continue estagnada este ano.

Emprego

De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, “não adianta o governo e a imprensa tentarem fazer malabarismos com os números para passar uma falsa sensação de melhora da economia se o povo sente no bolso que tudo piorou”.

— Para a CUT, os melhores indicadores econômicos são a satisfação e qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras. E a realidade é que o nível de satisfação do povo piora a cada semestre, com o aumento crescente do desemprego e queda da renda e consumo das famílias brasileiras, que agora precisam fazer bico para sobreviver — afirmou a jornalistas.

Ainda segundo Freitas, “de nada vai adiantar o governo falar que melhorou se o trabalhador não arruma emprego. Ou, quando arruma, é de baixa qualidade, informal; ou o famoso bico para se virar até o final do mês”.

O líder sindical ressalta, por conseguinte, que hoje, no Brasil, há 13,7 milhões de desempregados; 10,8 milhões de trabalhadores sem carteira assinada. Além de outros 23,1 milhões que trabalham por conta própria e dependem do aquecimento da economia para sobreviver.

Bancos públicos

A técnica da subseção do Dieese da CUT, Adriana Marcolino, fez uma analogia para explicar o vai e vem da economia brasileira; que não sai do lugar. Segundo afirmou, “é como se a gente tivesse chegado ao fundo do poço, ficasse dando saltos para subir mas, como não tem uma escada, só resta cair novamente”.

A escada, no caso, seria uma política econômica sólida; com pesados investimentos públicos, geração de emprego e renda. Ainda, “mais acesso ao crédito facilitado”, diz Marcolino.

Conforme explica o quadro técnico do Dieese, apesar da taxa de juros Selic ter caído; a taxa de juros real (acima da inflação) ainda é muito alta. Além das exorbitantes taxas de juros para crédito de pessoa física oferecidas pelos bancos. Estes, portanto, continuam registrando lucros recordes.  Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil tiveram lucro de R$ 17,4 bilhões entre janeiro e março.

— E, ao contrário do que ocorreu no governo Lula, contudo, Temer não está usando os bancos públicos; para forçar a queda dessas taxas — conclui.

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