Neofascista evita debate e ouve de Ciro que não passa de um ‘frouxo’

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Publicado Quarta, 03 de Outubro de 2018 às 14:54, por: CdB

Na semana passada, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, já havia adiantado que Bolsonaro não participaria do debate da TV Globo. Será o último entre os candidatos ao Palácio do Planalto antes da votação de domingo. A ausência será por recomendação dos médicos que visitaram Bolsonaro na casa dele, na Barra da Tijuca.

 
Por Redação - do Rio de Janeiro e São Paulo
  Candidato do PSL à Presidência da República, o neofascista Jair Bolsonaro não irá ao debate de quinta-feira na TV Globo por recomendação médica do hospital Albert Einstein, onde esteve internado por três semanas. Ele se recupera de uma suposta facada, disse nesta quarta-feira um dos médicos responsáveis pelo atendimento ao deputado. A reação do adversário Ciro Gomes (PDT), foi imediata: — Não passa de um frouxo.
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Ciro Gomes disse que Bolsonaro é mais falso do que uma nota de R$ 3 e acrescentou que não passa de 'um frouxo por fugir do debate'
Na semana passada, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, já havia adiantado que Bolsonaro não participaria do debate da TV Globo, o último entre os candidatos ao Palácio do Planalto antes da votação de domingo, por recomendação médica. Médicos que visitaram Bolsonaro na casa do candidato, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira. Eles fizeram uma reavaliação confirmaram que ele não irá ao debate para não prejudicar sua recuperação. “Depois da nossa avaliação clínica, nós contraindicamos a participação em debates ou em qualquer atividade que pudesse cansá-lo ou obrigá-lo a falar por mais de 10 minutos”, disse o cirurgião Antonio Luiz Macedo a jornalistas em entrevista ao sair da casa de Bolsonaro, de acordo com vídeo publicado no Twitter oficial do deputado.

Alta hospitalar

“Ele ainda não tem condições de ficar por mais de 10 ou 15 minutos em discussão ou em uma atividade que exija esforço físico, isso pode prejudicar a evolução dele”, acrescentou. “Ele desejava participar... Ele não vai porque é extremamente obediente.” Bolsonaro recebeu alta hospitalar no sábado, após passar três semanas internado se recuperando de uma possível facada sofrida durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG) em 6 de setembro. O candidato passou por duas cirurgias, a primeira ainda na cidade mineira e outra para desobstrução intestinal já no hospital paulista. De acordo com o médico, Bolsonaro tem apresentado recuperação “muito boa” e estará totalmente recuperado em mais 7 a 10 dias. O candidato já não está mais fazendo uso de antibióticos, e foi descartado qualquer risco de infecção, de acordo com o médico. “Pudemos observar que a recuperação dele está indo muito bem, ele é extremamente correto, extremamente cuidadoso na fisioterapia, nos cuidados médicos, extremamente obediente, e então esta tendo uma recuperação muito boa”, escreveu.

‘Três real’

Ciro Gomes confrontou Bolsonaro e o intimou a comparecer ao debate. — Aqui é uma democracia que vai sobreviver a você e eu vou tirar a sua máscara. Você não pode deixar de ir ao debate. Você está mentindo e atestado médico falso é crime. Vá ao debate da Globo e vou mostrar que você é uma cédula de ‘três real’ — afirmou. Ciro disse que já recebeu as regras do debate da emissora, que precisaram ser adaptadas após a confirmação de que Bolsonaro não vai participar. O candidato falou ainda que vai tentar processar os médicos por emitirem um atestado falso.

Polarização

O candidato participou de ato no diretório do partido em São Paulo nesta quarta-feira e não quis comentar sobre a nova pesquisa Datafolha, em que segue com 11% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro chegou a 32%. Mas fez uma análise sobre os atos contra o candidato. Ciro voltou a fazer um apelo contra o voto útil, dizendo que o voto não pode ser transferido para os institutos de pesquisa, que tentam antecipar uma decisão que não está tomada. Ele também voltou a dizer que num país em que até congressista se vende, não é possível garantir que não haja desvios no levantamento dos dados. Apesar de dizer que a mobilização de mulheres, que usou a hashtag #Elenao, foi a coisa mais linda que esse país já viu, Ciro afirmou que o movimento acabou alimentando o cenário de polarização no país.

‘É 12 na urna’

Ciro disse que o uso do slogan foi o erro do movimento, que levou as mulheres, mas não para defender seus candidatos. — Quando dizemos 'Ele não' estamos dando a ele o Centro da preferência. Não tem “#EleNão” na urna. O que tem na urna é 12 e 12 — afirmou, citando ainda o número de Fernando Haddad (PT) e Marina Silva (Rede) e chamando a população para ir às ruas defender seu candidato. Ciro Gomes disse que está disposto a incorporar praticamente todos os pontos do programa de Marina e algumas coisas de Alckmin e evidentemente aceitaria o apoio dos dois, num eventual segundo turno, em defesa da democracia.
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