Neonazista que atropela e mata manifestantes em Charlottesville escapa da pena capital nos EUA

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Publicado Domingo, 13 de Agosto de 2017 às 10:54, por: CdB

James Fields, natural do Estado do Ohio, segue preso no condado, onde enfrentará as acusações de homicídio em segundo grau, três acusações por ter causado ferimentos graves e uma por não ter respeitado os sinais de trânsito.

 

Por Redação, com agências internacionais - de Richmont, VA/EUA

 

O neonazista norte-americano James Fields, de 20 anos, enfrentará uma das legislações mais duras dos Estados Unidos. Fields invadiu uma passeata pacífica na cidade de Charlottsville, no sábado. Matou Heather Heyer, 32, e deixou 35 feridos. Cinco ainda seguiam internados, em estado grave. Por estes crimes, no entanto, o integrante de um dos diversos grupos de ultradireita, no Sul dos EUA, ainda está longe da pena de morte em sua sentença.

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A passeata neonazista passava, em Charlottesville, sob a censura dos cidadãos norte-americanos

A Virgínia é um dos Estados em que a pena capital é executada com uma injeção letal e com o menor tempo entre o início do julgamento e a execução da pena capital, nos EUA. A morte do condenado ocorre, em média, no prazo de oito anos. Desde 1976, quando foi instituída, até agora, foram executados 113 prisioneiros. Aplicam, ainda, a pena perpétua de prisão para os homicídios em primeiro grau e entre 5 e 40 anos nos assassinatos em segundo grau.

Pena leve

James Fields, natural do Estado do Ohio, segue preso no condado, onde enfrentará as acusações de homicídio em segundo grau, três acusações por ter causado ferimentos graves e uma por não ter respeitado os sinais de trânsito, causando um acidente mortal. Imagens compartilhadas nas redes sociais apontam o momento exato em que o veículo, de cor escura, avançou sobre um grupo de manifestantes.

A cidade de Charlottesville, na Virgínia, passou por mais de 12 horas de grande tensão, na véspera, devido ao protesto da extrema-direita, considerado o maior dos últimos anos no país. A manifestação ficou marcada por violentos confrontos entre neonazistas e seus adversários.

‘Vão embora’

charlottesville1.jpgJames Fields, militante neonazista que atropelou dezenas de manifestantes e matou Heather Hayer

O protesto chamado de Unite The Right (Unir a Direita), foi convocado depois que uma estátua do general sulista Robert E. Lee, da Guerra da Secessão dos EUA e defensor da escravatura, foi removida da cidade. A gravidade dos incidentes levou o governador da Virgínia, Terry McAuliffe, a declarar o estado de emergência em Charlottesville.

Em um duro discurso, na manhã deste domingo, o governador criticou o presidente norte-americano, Donald Trump. O republicano deixou uma mensagem dúbia na condenação dos atos de violência provocados pela manifestação neonazista. Trump, em outras palavras, atribuiu o ambiente de tensão a ambos os lados. McAuliffe determinou que os integrantes dos grupos de ultradireita norte-americanos, que causaram os tumultos em Charlottsville, deixassem imediatamente o Estado.

— Vocês não são bem vindos aqui. Vão embora. Nos envergonhamos de vocês — afirmou.

Um helicóptero da polícia, envolvido nas operações para tentar controlar os confrontos, caiu numa zona florestal. A queda provocou a morte de dois agentes que estavam a bordo do aparelho.

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