A Polícia Militar registrou 53 ataques durante a onda de atentados do início da madrugada desta quarta-feira até as 7h em São Paulo. Quatro pessoas foram mortas e um PM ficou ferido em troca de tiros com criminosos. Pelo menos 16 ônibus foram incendiados. A polícia prendeu, por volta das 20h30 desta terça-feira, na rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, Emivaldo Silva Santos – apontado como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Baixada Santista e na região do ABC paulista.
Horas mais tarde, novos ataques contra agentes ligados à área de segurança e atentados contra agências bancárias, bases policiais, supermercados e concessionárias de carros sugeriu uma suposta reação da facção criminosa no estado. Até o momento, apenas um menor de idade teria sido detido.
Um sindicato também teria sido atacado, além de uma prefeitura e da Câmara municipal de Santa Isabel. Apesar dos ônibus queimados, o transporte estaria funcionamento normalmente nesta manhã. A assessoria da Polícia Militar disse que está fazendo o balanço dos ataques e que ainda não possui os dados oficiais.
Duas das mortes ocorreram na capital paulista. O PM Odair Lorenzi, 29 anos, foi fuzilado por desconhecidos ao atender a porta de casa, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte da cidade, por volta da 0h desta quarta. Sua irmã, Rita de Cássia Lorenzi, 38 anos, foi atingida com um tiro na testa – ambos morreram quando recebiam atendimento médico.
No mesmo ataque, PMs que faziam ronda na região ouviram os disparos e saíram em perseguição aos criminosos. Durante troca de tiros, um dos policiais foi atingido por dois disparos e foi encaminhado para o pronto socorro do bairro.
Em Santos, um vigia foi assassinado na manhã desta quarta na travessia de barcas entre Vicente de Carvalho, no Guarujá, e o centro de Santos. O filho de um carcereiro também foi morto nesta madrugada a tiros em São Vicente. Vigilantes.
As outras mortes ocorreram em Guarujá, no litoral paulista. Dois seguranças particulares sofreram diferentes ataques – em frente ao Instituto Médico Legal (IML) e na porta de um posto comunitário. Ambos não resistiram aos disparos. No entanto, o governo de São Paulo não liga essas mortes as demais.
Ainda em Guarujá, pelo menos duas concessionárias de automóveis sofreram atentados e tiveram veículos danificados. Na capital, os ataques prosseguiram contra três agências bancárias (alvo de coquetéis Molotov), pelo menos duas bases da Guarda Civil Municipal e dois supermercados. Em alguns locais, foram deixados cartazes com dizeres pedindo o “fim da opressão” no sistema prisional, reforçando a suspeita de que o PCC está por trás das ações.
Prisão
Emivaldo Silva Santos, conhecido como BH, dirigia um carro quando foi detido. Segundo a polícia, ele foi o mandante do ataque ao Centro de Detenção Provisória de São Bernardo do Campo (SP) – frustrado por operação policial que teve o saldo de 13 supostos membros do PCC mortos e outros cinco presos. BH também teria recebido ordens da cúpula da facção, por meio de sua mulher, para que agentes penitenciários fossem assassinados.
O cerco às lideranças do PCC, em meio a uma série de atentados contra policiais e agentes de segurança, também teve um episódio na manhã de terça-feira. Tropas da Polícia Militar totalizando quase 500 homens ocuparam a favela do Morro do Samba, em Diadema,no ABC, para fechar pontos de venda de drogas naquela localidade e outros pontos da região.
O tráfico na favela é comandado por outro líder do PCC, Edilson Borges Nogueira, o Biroska. Mesmo preso em Presidente Bernardes, com o comandante Marcos Camacho, o Marcola, Biroska ainda atua ativamente na liderança dos traficantes da região, de acordo com a polícia.