O Vasco sobrou

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Publicado Segunda, 05 de Abril de 2004 às 08:26, por: CdB

O placar de 2 a 1 na final da Taça Rio ficou barato para o Fluminense e não espelhou o que foi o jogo. O Vasco fez sua melhor exibição em todo o campeonato e dominou a partida de cabo a rabo. Bem distribuído em campo e muito aplicado, jogou, não deixou o Fluminense jogar e não teve qualquer dificuldade para vencer um adversário que mais parecia um bando desorganizado.
 
De novo, Beto foi o melhor em campo.Recuperou a forma e está numa fase equivalente à que viveu quando foi campeão pelo Flamengo. Conquistou a confiança da torcida do Vasco, que de início chegou a vê-lo como uma quinta-coluna do rival rubro-negro. Enquanto Ygor, Coutinho e Rodrigo Souto se empenhavam em marcar o meio-campo do Fluminense - inclusive aproveitando-se da pusilanimidade do juiz para abusar das faltas e parar as jogadas - Beto se preocupou em criar. De novo em boa forma física e jogando desmarcado, houve lances em que caminhou dez, vinte metros com a bola sem ser combatido. Deitou e rolou. Fico imaginando no jogador em que ele se transformaria caso levasse uma vida mais regrada, deixando de lado a noite, que tanto aprecia.

Os torcedores tricolores saíram de campo achando que o Fluminense jogou sem garra. Não concordo com isso. Quando um time está mal organizado, nada dá certo. A torcida pede raça, com a impressão de que os jogadores estão sem disposição, mas o problema é muito mais de má organização em campo.

Ricardo Gomes não pode ser responsabilizado pelo fracasso. O Fluminense, que vem fazendo o melhor trabalho de base dentre os times do Rio, contratou mal. Teria que em montar um time com base nos garotos, contratando um ou dois jogadores experientes, mas com perfil diferente dos que vieram. Teriam que ser agregadores, que servissem de exemplo e dessem tranqüilidade à garotada. Mas, não. Preferiu trazer jogadores de temperamento complicado, muitos dos quais decididamente em fim de carreira, sem jogar nada há muitos anos. Eles não resolveram a parada e acabaram dificultando o aproveitamento da garotada.

O técnico está, agora, com um desafio. Se quiser armar um time competitivo, vai ter que deixar alguns medalhões no banco. Resta saber se o plano de saúde que manda e desmanda no clube vai aceitar que estrelas contratadas a peso de ouro não sejam aproveitadas.

Hoje o Vasco é um time em ascensão. Se jogar as finais da forma como jogou contra o Fluminense, é o favorito para conquistar o título. A não ser que o Flamengo consiga recuperar o padrão demonstrado nos últimos jogos da Taça Guanabara. Mas seu time ainda não conseguiu uma estabilidade que dê confiança aos torcedores.

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O que vou dizer não tira os méritos do Vasco na vitória contra o Fluminense. Mas como pratica o antijogo o time de Geninho! Não há uma só disputa no meio-campo em que, perdendo a bola, o Vasco não pare a jogada. Como as faltas, na maior parte das vezes, não são violentas e os juízes são fracos, fica tudo por isso mesmo. A falta é marcada, mas o antijogo não é punido. Felipe que trate de se armar de paciência para a partida de domingo. Aliás, fica uma sugestão para o técnico Abel: empurrar Felipe para jogar bem perto da área do Vasco. Pelo menos, assim, cada falta pode representar um lance de perigo.
 
cidben@uol.com.br

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