Julien Blanc. Você provavelmente já ouviu falar neste ‘’profissional’’ essa semana. Julien é um suíço que ministra ‘’palestras’’ de como conquistar mulheres. Até aí tudo bem. Sabemos que há pessoas tímidas que precisam de algum conselho nessa hora. O grande problema são os métodos abusivos e selvagens que ele prega. Táticas como: sufocar a mulher colocando a mão ao redor de seu pescoço até que ela fique indefesa, ignorar quando a mulher diz ‘não’ a uma aproximação mais íntima e por último – mas não menos truculento – atacá-la com xingamentos preconceituosos que firam sua autoestima, deixando-a mais ‘vulnerável’, fazem parte de seus mecanismos infalíveis na hora de seduzir uma mulher.
O mais preocupante é que suas palestram lotam. Seguindo uma (i)lógica de que ‘um homem branco pode fazer o que quiser’, Julien cria seus discípulos. Vários homens ocupam as cadeiras dos seminários, todos ávidos em conhecer e colocar em prática a cultura misógina e desrespeitosa que seu mestre ensina.
Com o aumento dos movimentos feministas que pregam a igualdade de gênero no mundo todo, Julien já teve seu visto negado em países como Austrália e Inglaterra, e vários de seus eventos já foram cancelados. Porém, seu machismo e covardia já viajam além-mar e têm lugar certo para visitar: o Brasil. Segundo sua agenda oficial, Julien fará eventos em Florianópolis e no Rio de Janeiro no primeiro semestre de 2015.
Na Internet já há uma petição que, até o momento, já conseguiu mais de 105 mil assinaturas em um único dia objetivando que sua entrada no país seja proibida.
Obrigada Julien. Obrigada mesmo. Mas por aqui já temos machismo demais, estupros demais, assédios travestidos de elogios demais. Não precisamos que um mestre, doutor ou PhD na ‘arte da conquista barata’ venha de longe para piorar nossa situação e fazer retroceder nossos avanços conquistados com tanta luta. De fato, não precisamos.
Se você, grande sedutor, acha que para seduzir uma mulher é preciso humilhá-la, subjugá-la e reduzi-la a um corpo-abrigo-de-pênis, sinto em lhe informar, mas seu lugar é numa jaula. Ou numa palestra de como ser e agir como um Homem.